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Entre a Sinceridade e a Ironia no Cinema

  • setembro 26, 2024
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O Modernismo, o Pós-modernismo e o Metamodernismo. Cada um deles traz uma abordagem única para o cinema. Por Leo Arturius.

Entre a Sinceridade e a Ironia no Cinema

O cinema, desde sua invenção, evoluiu por diversos movimentos artísticos que refletiram o contexto cultural, social e político de cada época. Entre esses movimentos, três se destacam por moldar não apenas a forma como os filmes são feitos, mas também a maneira como pensamos sobre o papel da arte e da narrativa em nossas vidas: o Modernismo, o Pós-modernismo e o Metamodernismo. Cada um deles traz uma abordagem única para o cinema, influenciando diretores, estilos e, principalmente, as experiências emocionais e intelectuais que proporcionam ao espectador.

A coluna de hoje propõe uma exploração desses três movimentos, analisando suas características principais, exemplos de filmes e diretores representativos e como eles podem ser acessados no Brasil. Começaremos com o Modernismo, movimento que busca a inovação formal e a profundidade emocional, seguido pelo ceticismo e ironia do Pós-modernismo, e concluiremos com o emergente Metamodernismo, que tenta equilibrar as abordagens anteriores, criando novas formas de contar histórias. Ao final, também faremos uma reflexão sobre o futuro do cinema.

O Modernismo no cinema é um movimento artístico que, embora tenha ganhado destaque nas décadas de 1950 e 1960, alinha-se ao espírito modernista que permeava as artes desde o início do século XX. Inspirado por correntes filosóficas e culturais da época, o Modernismo no cinema procurava romper com as convenções narrativas e estéticas estabelecidas, buscando novas formas de expressão que refletissem a complexidade da realidade e da subjetividade humana. Cineastas modernistas frequentemente exploravam temas como a alienação, o inconsciente e a fragmentação da experiência, desafiando as expectativas do público e questionando as normas tradicionais de narrativa e estilo.

 

Brigitte Bardot e Michel Piccoli em O Desprezo

O Modernismo no cinema trouxe uma série de características inovadoras que romperam com a estrutura tradicional hollywoodiana, gerando uma linguagem mais complexa e exigente para o público. Uma dessas características é a fragmentação narrativa, que se afasta da linearidade clássica. Enquanto o cinema convencional seguia uma estrutura clara e cronológica, o cinema modernista frequentemente empregava narrativas não lineares e fragmentadas. Essa abordagem inclui saltos no tempo, mudanças bruscas de ponto de vista e lacunas narrativas que desafiam o espectador a construir o significado da trama por conta própria. Essa forma de contar histórias convida o público a ser mais ativo, a preencher os espaços deixados em aberto e a interpretar a narrativa de maneira mais pessoal.

Outro aspecto crucial do cinema modernista é o metacinema e a autorreflexão. Nesse contexto, os filmes modernistas frequentemente exploram o próprio processo de criação cinematográfica. Isso pode ocorrer através da chamada “quebra da quarta parede”, quando personagens ou eventos no filme fazem referência ao fato de estarem dentro de uma obra cinematográfica. Dessa maneira, o filme chama a atenção para a sua própria artificialidade, lembrando ao espectador que aquilo que ele vê não é a realidade, mas sim uma construção. Esse recurso aproxima o público do processo criativo e o faz refletir sobre o que significa fazer cinema e contar histórias através dessa linguagem.

Além disso, os personagens do cinema modernista se afastam das figuras heroicas e idealizadas do cinema clássico. Em vez disso, são figuras alienadas, introspectivas e cheias de contradições. Esses protagonistas, muitas vezes, não têm objetivos claros e estão profundamente imersos em dúvidas existenciais. Eles refletem uma visão mais complexa e ambígua da condição humana, contrastando com os personagens tradicionais, que geralmente têm suas ações e motivações bem delineadas. A alienação e a introspecção desses personagens espelham uma sociedade em transformação, marcada por incertezas e dilemas internos.

A experimentação formal é outro marco do cinema modernista. Diretores dessa corrente utilizavam técnicas de filmagem inovadoras, explorando a linguagem cinematográfica de formas nunca antes vistas. Elementos como a montagem descontínua, o uso da câmera na mão, ângulos de filmagem não convencionais e o uso simbólico das cores são recursos frequentemente utilizados. O som e a música também ganham novos contornos, sendo utilizados para criar atmosferas e transmitir sensações, mais do que simplesmente complementar a narrativa. Essas experimentações trouxeram um frescor estético ao cinema, quebrando padrões e convidando o espectador a uma nova experiência sensorial.

As temáticas existenciais permeiam as narrativas modernistas, abordando questões filosóficas profundas, como o sentido da vida, a identidade e a alienação. O cinema modernista se aprofunda em temas que questionam a existência humana e o absurdo da condição humana. A dúvida, o medo do desconhecido e a busca por significado em um mundo caótico são tópicos frequentemente explorados, dialogando diretamente com o estado emocional dos personagens e, por extensão, com o público.

Por fim, o cinema modernista mantém um diálogo estreito com outros movimentos artísticos, como as artes visuais e a literatura. Movimentos como o surrealismo, o expressionismo e o existencialismo, oriundos dessas áreas, influenciam profundamente os cineastas modernistas. Essas influências se manifestam tanto na estética visual dos filmes quanto na complexidade dos roteiros e das temáticas abordadas, criando uma obra cinematográfica que transcende o próprio meio e se insere em um contexto cultural mais amplo.

Assim, o cinema modernista representa uma ruptura com as convenções estabelecidas, propondo novas formas de contar histórias e abordar a experiência humana. Ele exige uma postura ativa do espectador, seja para decifrar a trama, seja para refletir sobre as questões existenciais levantadas pelos filmes. Ao mesmo tempo, é um cinema profundamente autorreflexivo, que convida o público a repensar o próprio ato de ver e entender filmes.

Exemplos de filmes modernistas e diretores:

Itália – Federico Fellini

Fellini foi um dos mais influentes cineastas modernistas, conhecido por sua capacidade de misturar o realismo com o surrealismo, além de explorar profundamente a psique de seus personagens.

      • “8½” (1963): Este é um exemplo icônico do Modernismo no cinema. O filme é uma reflexão metacinematográfica sobre o bloqueio criativo de um diretor de cinema (interpretado por Marcello Mastroianni) e mistura realidade, fantasia e memória. “8½” é conhecido por sua estrutura fragmentada e onírica, o que confunde o espectador sobre o que é real e o que é imaginação.

    Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=RmIC9pQ80Fk

     

    Marcello Mastroianni e seu olhar.

    França – Jean-Luc Godard

    Um dos principais nomes da Nouvelle Vague, Godard revolucionou o cinema com sua abordagem ousada e experimental.

        • “Acossado” (À bout de souffle, 1960): Godard quebrou várias regras do cinema clássico, usando montagem descontínua, cortes abruptos (jump cuts), câmera na mão e uma narrativa solta, inspirada no cinema noir, mas com uma linguagem totalmente nova. O filme é um marco no Modernismo cinematográfico por sua experimentação visual e narrativa.

      Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=IqnPIeLJEv0

       

      Godard passando a cena de Acossado.

          • “O Desprezo” (Le Mépris, 1963): Este filme reflete sobre o próprio processo de fazer filmes, tematizando o choque entre a arte e a indústria do cinema, além de questões de alienação e vazio emocional.

        Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=y-zc8r3F_QY

         

        Brigitte Bardot e Jean-Luc Godard no set de O Desprezo.

        Suécia – Ingmar Bergman

        Bergman é conhecido por seus filmes de profunda análise psicológica e existencial.

            • “O Sétimo Selo” (1957): Um cavaleiro medieval confronta a Morte, com quem joga xadrez enquanto busca respostas sobre a existência de Deus e o sentido da vida. Bergman usa simbolismo e uma narrativa que reflete sobre a morte, a fé e o medo, características existenciais e modernistas.

          Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=17-abDcJUlY

           

          Jogando xadrez com a morte.

              • “Persona” (1966): Talvez o filme mais radical de Bergman em termos de experimentação formal e narrativa. “Persona” explora a fusão de identidades entre uma enfermeira e uma atriz, num jogo de reflexos e silêncios que desafia a compreensão tradicional de personagem e trama.

            Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=YEfJopPIbQg

             

            Quando duas mulheres “pecam”

            Brasil – Glauber Rocha

            Um dos maiores expoentes do Cinema Novo, Glauber Rocha trouxe para o cinema brasileiro uma abordagem fortemente modernista.

                • “Terra em Transe” (1967): Este filme é um exemplo claro da fusão de política, existencialismo e estética modernista. A narrativa, que segue a crise política e psicológica de um poeta-jornalista, é fragmentada e poética, com uso de simbolismo, cenários estilizados e uma crítica feroz ao estado das coisas no Brasil e na América Latina.

              Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=hkITr_eK9Vc

               

              Terra em Transe disseca o passado e presente brasileiro em um sonho febril.

              Japão – Akira Kurosawa

              Embora Kurosawa tenha sido muitas vezes associado ao cinema clássico, filmes como “Rashomon” apresentam elementos modernistas.

                  • “Rashomon” (1950): Este filme revolucionário introduz uma narrativa fragmentada e subjetiva, onde a mesma história de um crime é contada de diferentes pontos de vista. Cada versão contradiz a outra, sugerindo a impossibilidade de se chegar à verdade objetiva, um tema comum no modernismo.

                Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Zqoyl2p8_lw

                 

                O clássico de 1950.

                Polônia – Andrzej Wajda

                No contexto polonês e da Europa do Leste, cineastas como Wajda refletiram sobre a guerra e suas consequências em uma chave modernista.

                    • “Cinzas e Diamantes” (1958): O filme se passa após a Segunda Guerra Mundial e lida com questões existenciais e políticas. É um retrato profundamente psicológico de um país devastado, com uma narrativa rica em simbolismos visuais e ambiguidade moral.

                  Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=764TDsM5sqU

                   

                  No último dia da Segunda Guerra Mundial.

                  Onde assistir no Brasil:

                  1. “8½” (1963), de Federico Fellini – Disponível Max (via HBO Max), ou para compra/aluguel no Apple TV e Amazon Video

                  2. “Acossado” (À bout de souffle, 1960), de Jean-Luc Godard – Pode ser assistido no MUBI.

                  3. “O Desprezo” (Le Mépris, 1963), de Jean-Luc Godard – Disponível em DVD.

                  4. “O Sétimo Selo” (1957), de Ingmar Bergman – Disponível em DVD.

                  5. “Persona” (1966), de Ingmar Bergman – Disponível em DVD.

                  6. “Terra em Transe” (1967), de Glauber Rocha – Disponível na Globoplay e na Reserva Imovision.

                  7. “Rashomon” (1950), de Akira Kurosawa – Disponível na Prime Video e no Belas Artes à la carte.

                  8. “Cinzas e Diamantes” (1958), de Andrzej Wajda – Disponível em DVD.

                  => Essas opções de streaming podem variar, então vale a pena checar periodicamente caso algum título mude de plataforma.

                  O Modernismo no cinema se destaca pela ruptura com as convenções do cinema clássico, introduzindo fragmentação narrativa, metacinema, personagens introspectivos e alienados, além de uma forte experimentação formal. As obras modernistas questionam a própria linguagem cinematográfica e exploram temas existenciais

                  O Pós-modernismo no cinema é um movimento estético e filosófico que emerge a partir do final dos anos 1970 e se estende até os dias atuais. Ele reage e, em certa medida, desconstrói as bases estabelecidas pelo Modernismo, tanto no cinema quanto nas artes em geral. Enquanto o Modernismo buscava inovar e encontrar um significado mais profundo na arte, o Pós-modernismo é muitas vezes caracterizado por uma atitude mais cínica, lúdica e de desconfiança em relação às grandes narrativas e às ideias de verdade e originalidade. Ele adota a fragmentação e a ambiguidade, mas com um tom menos sério e mais irônico.

                   

                  Blade Runner – Ela – Sr. Ninguém

                  Uma das principais características do cinema pós-modernista é a intertextualidade e o pastiche. Os filmes dessa corrente estão repletos de referências a outras obras de arte, filmes, literatura e à cultura popular em geral. Essas referências podem ser sutis ou explícitas, e muitas vezes não se limitam a uma simples citação, mas são combinações de diferentes gêneros, estilos e épocas. O pastiche — uma imitação ou paródia de estilos anteriores sem uma crítica direta — é comum nesse cinema, funcionando tanto como uma homenagem quanto como uma mistura caótica de elementos culturais. Isso cria uma sensação de pluralidade e multiplicidade, onde o público é constantemente desafiado a identificar e interpretar essas camadas de referências.

                  Outro elemento fundamental do cinema pós-moderno é o uso de ironia e ceticismo. Nesse estilo, há uma constante subversão das convenções tradicionais, seja nas narrativas ou na própria forma de fazer cinema. Filmes pós-modernos costumam brincar com as expectativas do público, criando um senso de incerteza e confusão intencional. A ironia é usada para questionar valores que antes eram tidos como universais, provocando o espectador a refletir sobre o que está sendo mostrado e o que é considerado “verdadeiro”. Esse ceticismo reflete o estado de espírito da sociedade do final do século XX, que, após eventos históricos como as guerras mundiais, o movimento pelos direitos civis e a Guerra Fria, tornou-se mais desconfiada de grandes promessas e certezas absolutas.

                  A quebra das fronteiras entre arte erudita e cultura popular é outra marca do pós-modernismo no cinema. Diferente do Modernismo, que frequentemente via uma distinção clara entre alta cultura e cultura de massa, o cinema pós-modernista mistura livremente elementos de ambas as esferas. Filmes desse período combinam referências à literatura clássica, à filosofia e às artes plásticas com elementos da cultura pop, como a música popular, os quadrinhos e o cinema de gênero. Não há um julgamento de superioridade entre esses elementos; ao contrário, há uma celebração da diversidade cultural e a ideia de que todos os tipos de expressão artística têm valor e significado.

                  O conceito de simulacro e hiper-realidade, trazido à discussão pelo filósofo Jean Baudrillard, também é central para o cinema pós-moderno. Baudrillard argumentava que, na sociedade contemporânea, as distinções entre o real e o artificial haviam se tornado tão confusas que as simulações — as cópias — haviam se tornado mais “reais” do que o próprio real. No cinema, isso se manifesta na forma como a realidade é representada e, muitas vezes, distorcida. Os filmes pós-modernos jogam com essa ideia, criando mundos que parecem reais, mas que, na verdade, são construções artificiais que desafiam a percepção do espectador sobre o que é verdade ou ficção.

                  Além disso, o cinema pós-modernista tem uma desconfiança em relação às metanarrativas, ou seja, as grandes histórias ou verdades universais que guiavam a visão de mundo no Modernismo. O conceito de progresso, as ideologias políticas e a fé religiosa eram pilares centrais nas narrativas modernistas. No entanto, o pós-modernismo rejeita a ideia de uma única verdade ou caminho universal. Em vez disso, prefere múltiplas narrativas, diferentes pontos de vista e uma visão fragmentada da realidade. Essa abordagem reflete um mundo cada vez mais plural e complexo, onde as certezas do passado já não encontram tanto espaço.

                  Outra característica marcante do cinema pós-modernista é a mistura de gêneros. Os filmes pós-modernos frequentemente desconstruem ou misturam os gêneros cinematográficos, criando uma experiência única e inesperada para o público. Um único filme pode combinar elementos de comédia, terror, ficção científica e romance, sem seguir as convenções de um gênero específico. Isso proporciona uma liberdade criativa maior para os cineastas e, ao mesmo tempo, desafia as expectativas do espectador, que nunca sabe exatamente o que esperar.

                  Esse período também coincidiu com o fim da Guerra Fria e a transição para um mundo globalizado, marcado por inovações tecnológicas, como o surgimento da internet e das mídias digitais. Esses avanços mudaram a maneira como o cinema era produzido e consumido. A crescente influência dos efeitos especiais e das novas tecnologias de filmagem e edição possibilitou que os diretores explorassem ainda mais as questões da realidade e da simulação, temas centrais no pensamento pós-moderno. Ao mesmo tempo, a globalização trouxe uma diversidade de vozes e culturas para o cinema, refletindo as novas complexidades e contradições do mundo contemporâneo.

                  Assim, o cinema pós-moderno não apenas reflete as mudanças culturais e sociais de sua época, mas também desafia o público a repensar suas noções de verdade, realidade e identidade. Através da mistura de gêneros, referências e ironia, ele oferece uma visão plural e muitas vezes cética do mundo, convidando o espectador a questionar tudo aquilo que antes era considerado certo ou definitivo.

                  Exemplos de filmes pós-modernistas e diretores:

                  Estados Unidos – Quentin Tarantino

                  Tarantino é amplamente considerado um dos principais cineastas pós-modernos. Seu estilo caracteriza-se pela intertextualidade, mistura de gêneros e uma abordagem irônica da violência e da cultura pop.

                      • “Pulp Fiction” (1994): Este filme é um dos exemplos mais icônicos do cinema pós-moderno. A narrativa é não linear e fragmentada, cheia de referências à cultura pop, e mistura vários gêneros, incluindo noir, ação, comédia e drama. A estrutura do filme e sua abordagem irônica em relação à violência subvertem as expectativas do público, questionando as convenções narrativas clássicas.

                    Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=tGpTpVyI_OQ

                     

                    Hora de dançar.

                        • “Kill Bill” (2003-2004): Tarantino mescla elementos de filmes de samurai, faroeste e artes marciais, criando uma obra que homenageia e ao mesmo tempo subverte esses gêneros. É um exemplo claro de pastiche pós-moderno.

                      Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=7kSuas6mRpk

                       

                      Uma Thurman e Quentin Tarantino.

                      Estados Unidos – David Lynch

                      Lynch é conhecido por criar obras que borram as linhas entre a realidade e a fantasia, jogando com o conceito de hiper-realidade e misturando gêneros e estilos de maneira surrealista.

                          • “Cidade dos Sonhos” (Mulholland Drive, 2001): Um dos filmes mais enigmáticos de Lynch, onde a narrativa é fragmentada e surreal, explorando sonhos, ilusões e realidades alternativas. A desconstrução do conceito de identidade e a ambiguidade narrativa são aspectos fundamentais do cinema pós-modernista.

                        Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=adCEuXANKbc

                         

                        Naomi Watts e Laura Harring.

                            • “Veludo Azul” (Blue Velvet, 1986): Mistura elementos de suspense, noir e melodrama em uma narrativa que questiona as convenções da vida suburbana americana e o ideal de uma sociedade “normal”. Lynch usa imagens surreais e desconcertantes para revelar o lado sombrio do cotidiano.

                          Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=SwoL6vqSwGM

                           

                          O suburbano limpinho de Kyle MacLachlan e Isabella Rossellini.

                          Dinamarca – Lars von Trier

                          Von Trier, um dos criadores do movimento Dogma 95, que buscava um retorno à pureza cinematográfica, também incorpora muitos elementos pós-modernos, como a desconstrução dos gêneros e o ceticismo em relação às metanarrativas.

                              • “Dançando no Escuro” (Dancer in the Dark, 2000): Este musical tragicômico desconstrói o gênero do musical clássico, misturando fantasia e realidade de forma brutal e emocionalmente devastadora. É um filme que desafia as convenções narrativas tradicionais e joga com a expectativa do espectador em relação ao gênero.

                            Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=cM7FyvdkbZw

                             

                            Simplesmente Björk.

                                • “Dogville” (2003): Um exemplo claro de cinema pós-moderno, onde a história é contada em um palco minimalista que lembra o teatro, misturando estilos teatrais e cinematográficos. Von Trier desafia a forma tradicional de contar histórias, desconstruindo a ideia de cenário realista e questionando a moralidade dos personagens.

                              Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=w28oYRC_BdY

                               

                              O mundo de Lars von Trier.

                              Estados Unidos – The Wachowskis

                              Conhecidos por suas narrativas complexas e intertextualidade, os Wachowskis são frequentemente associados ao cinema pós-moderno, especialmente por seu uso de conceitos filosóficos e de simulação.

                                  • “Matrix” (1999): Inspirado pelas ideias de Jean Baudrillard, “Matrix” explora o conceito de hiper-realidade e simulacro, onde o mundo real é uma simulação criada por máquinas. O filme mistura gêneros como ficção científica, ação e cyberpunk, além de fazer referência a várias tradições filosóficas, mitológicas e culturais.

                                Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=nUEQNVV3Gfs

                                 

                                O Mito da Caverna.

                                Hong Kong – Wong Kar-wai

                                Kar-wai é um cineasta pós-moderno que explora a fragmentação narrativa e o uso estilizado de tempo e espaço.

                                    • “Amor à Flor da Pele” (In the Mood for Love, 2000): Embora seja uma história de amor, o filme desconstrói as convenções do gênero romântico com sua narrativa fragmentada, suas elipses e o foco na atmosfera e na estética visual. O filme cria um sentimento de nostalgia e perda, comum no cinema pós-modernista.

                                  Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=m8GuedsQnWQ

                                   

                                  Mãos na parede e olhares roubados provocam desejos intensos.

                                  Reino Unido – Terry Gilliam

                                  Gilliam é conhecido por seu trabalho visualmente exuberante e suas narrativas que exploram o absurdo e a hiper-realidade.

                                      • “Brazil” (1985): Um exemplo claro de cinema pós-moderno, “Brazil” mistura ficção científica distópica com elementos de comédia absurda. O filme critica o governo totalitário e a burocracia, mas o faz de forma surreal, com uma narrativa fragmentada e elementos de pastiche, referenciando tanto o cinema noir quanto os contos de fadas.

                                    Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZKPFC8DA9_8

                                     

                                    Mais estilo por favor.

                                    Onde assistir no Brasil:

                                        1. Pulp Fiction (1994) – Globoplay, Disney+, Amazon Prime Video.

                                        1. Kill Bill: Volume 1 (2003) e Kill Bill: Volume 2 (2004) – Globoplay, Amazon Prime Video, Apple TV.

                                        1. Cidade dos Sonhos (Mulholland Drive, 2001) – MUBI, Apple TV para aluguel.

                                        1. Veludo Azul (Blue Velvet, 1986) – Apple TV para aluguel.

                                        1. Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000) – MUBI.

                                        1. Dogville (2003) – MUBI, Amazon Prime Video, Apple TV para aluguel.

                                        1. Matrix (1999) – Netflix, Amazon Prime Video, Apple TV.

                                        1. Amor à Flor da Pele (In the Mood for Love, 2000) – MUBI, Apple TV para aluguel.

                                        1. Brazil, o Filme (1985) – Apple TV para aluguel.

                                      => Essas opções de streaming podem variar, então vale a pena checar periodicamente caso algum título mude de plataforma.

                                      O Pós-modernismo no cinema abraça a multiplicidade, a incerteza e a ambiguidade. Ele desconstrói e reconstrói estilos e gêneros, subverte convenções e desafia o espectador a questionar a realidade e a narrativa. 

                                      O Metamodernismo no cinema é um conceito emergente que busca navegar entre as abordagens do Modernismo e Pós-modernismo. Surgindo nas últimas décadas, especialmente nos anos 2000 e 2010, o Metamodernismo propõe uma síntese e uma oscilação constante entre as certezas e o idealismo do Modernismo e o ceticismo e a ironia do Pós-modernismo. No cinema, isso se manifesta através de obras que conseguem misturar a seriedade e a complexidade emocional do Modernismo com o jogo intertextual e a autoironia do Pós-modernismo, sem ser cínico ou descomprometido.

                                       

                                      A pedra de Tudo Em Todo O Lugar Ao Mesmo Tempo te olha.

                                      Uma de suas características principais é a oscilação entre a ironia e a sinceridade. Enquanto o cinema pós-moderno tendia ao ceticismo e à ironia, frequentemente distanciando-se emocionalmente dos temas tratados, o Metamodernismo busca algo diferente. Ele não abandona completamente a ironia, mas tenta equilibrá-la com uma sinceridade renovada. Isso significa que o filme pode ser autoconsciente, crítico de seus próprios clichês e limitações, mas ainda assim permite que o espectador se envolva emocionalmente e encontre profundidade nas histórias contadas. Esse movimento busca retomar a importância da conexão emocional, sem cair no cinismo exagerado que marcou a era anterior.

                                      Outra marca importante do Metamodernismo é a busca por sentido em meio à ambiguidade. Diferente do Pós-modernismo, que rejeitava as grandes narrativas e mantinha um ceticismo quanto à possibilidade de encontrar um significado verdadeiro ou universal, o Metamodernismo reconhece essa incerteza, mas não se acomoda nela. Ao contrário, ele busca um significado, mesmo que esse seja provisório ou pessoal. Há um desejo de encontrar autenticidade e propósito nas histórias, por mais que se reconheça que o mundo é ambíguo e as respostas não são definitivas. O cinema metamodernista, portanto, mescla esperança e desconfiança, criando um espaço em que a busca por sentido não é rejeitada, mas abordada com cautela e humildade.

                                      O uso da nostalgia no cinema metamodernista também se diferencia do tratamento que o Pós-modernismo dava a essa sensação. Enquanto a nostalgia pós-moderna era frequentemente irônica ou cínica, revisitando o passado de maneira distanciada ou como uma crítica, o Metamodernismo adota uma postura diferente. Ele ainda revisita o passado, mas agora com um desejo genuíno de reconectar-se emocionalmente com esses elementos. A nostalgia não é apenas uma ferramenta para zombar do passado, mas uma forma de procurar algo emocionalmente significativo nele, mesmo que o filme esteja consciente de suas limitações. Essa abordagem cria uma relação mais positiva com o passado, buscando ressignificá-lo para o presente, ao invés de simplesmente criticá-lo.

                                      Outro ponto importante é a emoção e profundidade no cinema metamodernista. Diferente da postura pós-moderna, que frequentemente utilizava a ironia para criar um distanciamento emocional, o Metamodernismo abraça as emoções, mesmo sabendo de suas contradições. Há um desejo de explorar questões emocionais profundas, como o amor, a solidão, o medo e a esperança, sem a necessidade de distanciamento. A ironia, nesse caso, não é usada para enfraquecer o impacto emocional, mas para enriquecer a maneira como essas emoções são vividas e sentidas pelo espectador. O cinema metamodernista não tem medo de ser vulnerável, permitindo que as emoções fluam com sinceridade, mesmo quando há uma autoconsciência crítica.

                                      A mistura de alta e baixa cultura continua presente no Metamodernismo, como já era no Pós-modernismo, mas com uma diferença notável: no cinema metamodernista, essa mistura vem acompanhada de um interesse maior em criar uma conexão emocional verdadeira com o público. Elementos da cultura pop e da alta cultura se misturam, mas não de forma sarcástica ou cínica. Em vez disso, há uma tentativa de unir esses mundos de maneira autêntica, valorizando tanto o entretenimento quanto as discussões mais profundas e intelectuais. O Metamodernismo entende que essas duas esferas não precisam estar em conflito e que podem coexistir para oferecer uma experiência cinematográfica mais rica e completa.

                                      Por fim, o Metamodernismo no cinema demonstra um renovado senso de responsabilidade artística. Filmes dessa corrente frequentemente abordam questões sociais, políticas e culturais de maneira mais séria e ativa. O cinema metamodernista reconhece o papel do cinema como uma ferramenta para propor discussões importantes, engajar o público em reflexões profundas e provocar uma resposta emocional e intelectual. No entanto, ele o faz sem a pretensão de oferecer respostas definitivas ou soluções claras. Há um reconhecimento das complexidades do mundo e uma aceitação de que o cinema pode levantar questões, provocar debates e sugerir reflexões, sem necessariamente trazer uma conclusão definitiva. Isso reflete uma postura mais humilde e aberta, em que o cinema se posiciona como um espaço de diálogo e transformação, sem deixar de lado a sua função de entretenimento.

                                      O Metamodernismo, portanto, oferece uma nova maneira de fazer cinema, na qual a sinceridade e a ironia, a emoção e a crítica, a nostalgia e o futuro, coexistem em equilíbrio. É um movimento que procura reconectar o espectador com o mundo ao seu redor de maneira mais autêntica e emocional, sem deixar de reconhecer a complexidade e a incerteza que fazem parte da condição humana.

                                      Exemplos de filmes metamodernistas e diretores:

                                      Estados Unidos – Wes Anderson

                                      Wes Anderson é frequentemente apontado como um cineasta cujas obras exibem elementos de Metamodernismo. Seu estilo visual único, com simetria rigorosa, cores vibrantes e narrativa excêntrica, muitas vezes oscila entre a ironia e a sinceridade.

                                          • “O Grande Hotel Budapeste” (The Grand Budapest Hotel, 2014): O filme equilibra momentos de leveza, humor e excentricidade com uma profunda melancolia e nostalgia por um passado perdido. Há uma reverência por histórias tradicionais, mas Anderson também está consciente de sua própria artificialidade, criando uma espécie de diálogo entre esses opostos.

                                        Trailer: https://youtu.be/sF7hAbQR7kk?si=pDfGGR1CV0nxk0D3

                                         

                                        Sobe ou desce?

                                            • “Moonrise Kingdom” (2012): Embora apresente situações exageradas e estilizadas, o filme aborda a infância, a inocência e a descoberta do amor de maneira genuinamente emocional. Anderson mistura uma narrativa infantil com temas profundos de isolamento e pertencimento, demonstrando a oscilação característica do Metamodernismo.

                                          Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=PeCHIK0dV9U

                                           

                                          No verão de 1965.

                                          Estados Unidos – Spike Jonze

                                          Spike Jonze também exemplifica o Metamodernismo em seu trabalho, misturando conceitos existenciais com uma sensibilidade emocional honesta.

                                              • “Ela” (Her, 2013): Este filme exemplifica a oscilação metamodernista entre o ceticismo sobre a tecnologia e o desejo sincero de conexão humana. A história de um homem que se apaixona por uma inteligência artificial lida com temas de alienação e amor de uma maneira profundamente emocional e genuína, ao mesmo tempo em que reconhece a artificialidade da situação. A estética futurista, misturada com uma nostalgia por elementos retrô, também reflete o estilo metamodernista.

                                            Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=TggD91pV6KE

                                             

                                            Hora da inteligência artificial.

                                            Nova Zelândia – Taika Waititi

                                            Taika Waititi é conhecido por equilibrar ironia e sinceridade em suas obras, criando histórias que são tanto engraçadas quanto emocionalmente significativas.

                                                • “O que Fazemos nas Sombras” (What We Do in the Shadows, 2014): Este mockumentary de vampiros é um exemplo clássico de como o Metamodernismo pode misturar o humor absurdo e satírico com momentos de verdadeira emoção. Embora o filme brinque com os clichês do gênero de terror, ele também oferece um olhar sincero sobre a solidão e as complexidades da vida imortal.

                                              Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=zSVnhE3ux8E

                                               

                                              Vampirismo com humor.

                                                  • “Jojo Rabbit” (2019): O filme equilibra o humor satírico com uma exploração emocional séria dos horrores do nazismo. Mesmo ao retratar Hitler de forma caricatural, o filme aborda as vulnerabilidades de uma criança em meio à guerra com sinceridade e profundidade emocional, misturando tons cômicos e dramáticos de forma metamodernista.

                                                Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=e3X6SuwSY84

                                                 

                                                O amigo imaginário.

                                                Estados Unidos – Greta Gerwig

                                                Greta Gerwig é uma cineasta cuja abordagem estilística mistura ironia e emoção sincera, especialmente ao lidar com temas como amadurecimento e identidade.

                                                    • “Lady Bird” (2017): Embora haja momentos de humor irônico e comentários sobre os clichês da adolescência, o filme mantém uma autenticidade emocional ao contar a história de uma jovem em busca de sua identidade e liberdade. O equilíbrio entre a comédia e o drama é um exemplo de como o Metamodernismo transita entre a ironia e a sinceridade.

                                                  Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=o3e_xuroFFk

                                                   

                                                  Fazendo uma checagem na roupa nova.

                                                      • “Barbie” (2023): Neste filme, Gerwig adota uma postura claramente metamodernista. O filme equilibra a autorreflexão irônica sobre a cultura pop e a figura da Barbie com uma abordagem genuinamente emocional sobre temas como identidade, feminismo e pertencimento. Ao brincar com os clichês da cultura popular, ele também oferece momentos de vulnerabilidade emocional e crítica social.

                                                    Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=NVIpIMqeJVM

                                                     

                                                    Acima de tudo um fenômeno cultural.

                                                    Reino Unido – Charlie Kaufman

                                                    Kaufman é conhecido por criar narrativas que se debruçam sobre a subjetividade, misturando realidade e ficção de maneira profundamente emocional e introspectiva.

                                                        • “Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças” (Eternal Sunshine of the Spotless Mind, 2004): Este filme reflete a oscilação entre uma abordagem cínica em relação ao amor (com a ideia de apagar memórias dolorosas) e uma abordagem sincera sobre o poder e a complexidade do amor. Kaufman mistura elementos de ficção científica com um drama profundamente humano e emocional.

                                                      Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=M3kIRHgskMw

                                                       

                                                      Acordar na praia.

                                                          • “Estou Pensando em Acabar com Tudo” (I’m Thinking of Ending Things, 2020): O filme joga com a ideia de realidade e ficção de maneira extremamente fragmentada, mas, ao mesmo tempo, trata de temas profundos como identidade, arrependimento e autoavaliação. É um exemplo claro de como o Metamodernismo explora a ambiguidade emocional, misturando o surreal com o sincero.

                                                        Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=TLDLLzYecGw

                                                         

                                                        Hora da refeição.

                                                        Japão – Makoto Shinkai

                                                        No cinema de animação, Shinkai é um dos diretores que trazem elementos metamodernistas para o centro de suas narrativas.

                                                            • “Your Name” (Kimi no Na wa, 2016): A oscilação entre a ficção científica (troca de corpos e saltos temporais) e uma história emocionalmente sincera de amor e conexão é um exemplo claro de metamodernismo. Shinkai cria uma narrativa que explora o desejo de conexão genuína em um mundo cada vez mais fragmentado, com uma abordagem visualmente impressionante e emocionalmente ressonante.

                                                          Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=soQXM3XVvIU

                                                           

                                                          Qual será o segredo dos sonhos de Mitsuha?

                                                          Onde assistir no Brasil:

                                                          Aqui estão as plataformas onde você pode assistir os filmes solicitados no Brasil:

                                                              • O Grande Hotel Budapeste (2014): Disponível no Disney+

                                                              • Moonrise Kingdom (2012): Disponível no Disney+.

                                                              • Ela (2013): Disponível na HBO Max e Amazon Prime Video.

                                                              • O Que Fazemos nas Sombras (2014): Disponível na Disney+ e Globoplay.

                                                              • Jojo Rabbit (2019): Disponível no Disney+.

                                                              • Lady Bird (2017): Disponível no Amazon Prime Video.

                                                              • Barbie (2023): Disponível para aluguel no Google Play Filmes, MAX e Apple TV+.

                                                              • Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças (2004): Disponível no Amazon Prime Video.

                                                              • Estou Pensando em Acabar com Tudo (2020): Disponível na Netflix.

                                                              • Your Name (Kimi no Na wa, 2016): Disponível no Amazon Prime Video.

                                                            => Essas opções de streaming podem variar, então vale a pena checar periodicamente caso algum título mude de plataforma.

                                                            O Metamodernismo no cinema é uma resposta às limitações tanto do Modernismo quanto do Pós-modernismo, oscilando entre a esperança e o ceticismo, a ironia, a sinceridade e o niilismo. O Metamodernismo está enraizado no desejo de encontrar significado e conexão em um mundo fragmentado, utilizando uma mistura de estilos e gêneros para criar uma nova forma de cinema que ressoa profundamente com o público contemporâneo.

                                                            Diferenças e o futuro do cinema

                                                            Os três movimentos que exploramos aqui representam diferentes maneiras de se relacionar com a arte e a narrativa cinematográfica. O Modernismo buscava inovação e profundidade emocional, enquanto o Pós-modernismo reagiu com ironia e ceticismo, desconfiando das grandes verdades e desconstruindo as convenções. O Metamodernismo, por sua vez, tenta encontrar um equilíbrio entre esses extremos, oscilando entre a ironia e a sinceridade, o ceticismo e a esperança, refletindo um desejo por reconexão emocional em um mundo fragmentado.

                                                            Com o avanço das novas tecnologias e a crescente influência das plataformas de streaming, o cinema continua a evoluir. No futuro, podemos esperar que o cinema híbrido — que mistura elementos das três correntes — continue a se desenvolver. Obras que transitam entre gêneros e abordagens, buscando tanto a profundidade emocional quanto a crítica irônica, devem crescer em relevância. Além disso, o advento de tecnologias como a realidade aumentada e virtual também pode abrir novas possibilidades de experiências cinematográficas imersivas e interativas, oferecendo ao público novas formas de se envolver com a narrativa.

                                                            O cinema metamodernista, em especial, parece estar bem posicionado para moldar as histórias que veremos nas próximas décadas, à medida que os cineastas continuam a explorar a dualidade entre ironia e sinceridade, tecnologia e humanidade, levando o público a novas jornadas emocionais.

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