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Solo é vida! 

Na ultima segunda, dia 15 de Abril foi comemorado o Dia Nacional da Conservação do Solo. Esta data tem como objetivo desenvolver um pensamento crítico na população sobre a importância da correta utilização do solo, que é um recurso natural essencial para a produção de alimentos e para a sustentabilidade ambiental.

A data foi estabelecida pela Lei n° 7.876/1989 em homenagem a Hugh Hammond Bennett, considerado o pai da conservação do solo nos Estados Unidos, devido ao seu papel pioneiro e influente no movimento de conservação do solo nos Estados Unidos durante as décadas de 1920 e 1930. Ele liderou esforços para enfrentar a “ameaça nacional” da erosão do solo e foi fundamental na criação de uma nova agência federal, o Serviço de Conservação do Solo, do qual se tornou o primeiro chefe.

Ele viajou pelo país, educando agricultores e legisladores sobre a importância de cuidar do solo para evitar a degradação e garantir a produtividade agrícola sustentável.

Sua dedicação e liderança não apenas transformaram as práticas agrícolas nos EUA, mas também inspiraram muitos outros países a adotar medidas semelhantes de conservação do solo. 

 A data  é uma oportunidade para aprofundar os debates sobre a necessidade da utilização adequada desse recurso natural, especialmente em um momento em que relatórios indicam que 33% dos solos do mundo estão degradados por erosão, salinização, compactação, acidificação e contaminação. A conservação do solo é vital para a segurança alimentar, a filtragem da água, a regulação do clima e a manutenção da biodiversidade.

Os solos são formados por minerais, matéria orgânica, água e ar, e a sua composição varia de acordo com a rocha de origem, o clima, a topografia e outros fatores ambientais. A estrutura do solo é dinâmica e está em constante transformação devido à ação dos agentes intempéricos e dos organismos que nele habitam.

A biodiversidade do solo é tão rica que há mais organismos vivos em uma colher de sopa de solo do que pessoas na Terra. Um solo saudável e biodiverso inclui uma variedade de vida que fornece inúmeros serviços ecossistêmicos, como a produção de alimentos, a regulação do clima e a purificação da água.

É um dia para refletir sobre como tratamos a terra e a importância de gerir o solo de forma sustentável, contribuindo assim para a diminuição das alterações climáticas.

Algumas perguntas que devemos fazer: 

  1. Há dados suficientes que subsidiem a conservação dos solos brasileiros?
  1. Há tecnologias disponíveis para se adotar a conservação do solo nas propriedades rurais brasileiras? Se sim, por que há ainda no país tantas áreas degradadas ou sem conservação do solo?
  1. Existem barreira culturais ou tecnológicas que impeçam a adoção das práticas conservacionistas? 
  1. O produtor tem  clareza dos ganhos econômicos gerados com tais práticas? 

E por fim, o que deve ser feito para aumentar a Conservação de Solos no Brasil?

Não trago respostas prontas mas podemos partir disso, da Intensificação Sustentável do uso do solo! 

Através de uma visão sistêmica orientada para o futuro, aprimorar os ciclos de nutrientes, aumentando os rendimentos e a ecoeficiência com insumos adequados;

Fornecer às comunidades rurais e urbanas alimentos suficientes, diversificados e saudáveis;

Melhorar a subsistência das comunidades agrícola com geração de renda;

Poupar terra para outros serviços ecossistêmicos, incluindo biodiversidade e armazenamento de carbono, maximizando a proteção do meio ambiente e dos recursos naturais. 

E não se esqueça, o solo É UM SISTEMA VIVO! Que depende e abriga inúmeros seres microscópicos e invertebrados, sustentando a vida acima do solo e mantendo o equilíbrio dos ecossistemas, desempenhando papéis fundamentais na decomposição da matéria orgânica, na ciclagem de nutrientes e na fixação de nitrogênio atmosférico, contribuindo para a fertilidade do solo e o crescimento das plantas.

Se o campo não roça, ceis não almoça! E sem o  solo… 

Camila Porto

Camila Porto é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal de Viçosa. Atua na área rural desde 2014, diretamente com agricultores e em constante diálogo com instituições voltadas à pesquisa, assistência técnica e extensão rural como a Emater e Embrapa. Atualmente faz parte do grupo técnico agrícola da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo e desde 2021 produz e apresenta o programa Zoom Rural na TV ZOOM.

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