Unidos da Saudade 2025: Nã Agotimé e a Força da Ancestralidade
- fevereiro 19, 2025
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A história de luta e espiritualidade que embala o desfile da Unidos da Saudade
Desde o primeiro momento, a Unidos da Saudade escolheu um enredo de grande impacto para o Carnaval 2025. Dessa forma, a escola homenageia Nã Agotimé, uma figura que representa força, fé e resistência. Mais do que uma rainha, ela foi uma sacerdotisa e feiticeira, cuja história se entrelaça com a luta contra a opressão. Ao longo de sua vida, atravessou mares e enfrentou desafios, mas jamais abandonou sua espiritualidade.
No início de sua trajetória, Nã Agotimé foi esposa do rei Agonglo e mãe de Ghezo, que mais tarde se tornaria rei do Daomé. Entretanto, quando Adandozan assumiu o trono, impôs um regime brutal e proibiu as tradições religiosas. Assim, como forma de eliminar qualquer ameaça, acusou Nã Agotimé de feitiçaria e determinou sua venda como escrava. Desse modo, a rainha foi arrancada de sua terra e atravessou o Atlântico, chegando ao Brasil.
Apesar de ter sido submetida à escravidão, Nã Agotimé encontrou na fé um refúgio inabalável. Assim que chegou ao Brasil, recebeu o nome de Maria Jesuína e, posteriormente, tornou-se Maria Mineira Naê. Ainda que enfrentasse inúmeras dificuldades, fortaleceu sua devoção aos Voduns e, pouco depois, fundou a Casa de Mina Jeje, em São Luís do Maranhão. Por isso, esse templo tornou-se um dos maiores símbolos da espiritualidade afro-brasileira e, até os dias de hoje, preserva rituais e tradições ancestrais.
Pensando em traduzir essa história com a grandiosidade que merece, a Unidos da Saudade preparou um desfile inesquecível para o Carnaval 2025. Por esse motivo, a escola levará 1100 componentes e 120 ritmistas à avenida, além de apresentar 17 alas e 6 alegorias. Para garantir que cada detalhe represente a trajetória de Nã Agotimé, o enredo foi dividido em setores, cada um destacando um momento crucial de sua jornada.
Por fim, a Unidos da Saudade transforma a avenida em um palco de celebração e resistência. Afinal, os tambores vão ecoar não apenas a história de uma mulher escravizada, mas também o legado de uma rainha que nunca abandonou sua ancestralidade. Dessa maneira, o desfile de 2025 promete ser uma homenagem vibrante, carregada de emoção e significado.