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Vacinação em queda faz ressurgir doenças consideradas erradicadas


O Brasil era referência mundial por apresentar uma das melhores coberturas de vacinação. Atualmente, vai à contramão da tendência global. Dessa forma, doenças que já tinham sido erradicadas como sarampo e meningite, voltam a assombrar a população.

De acordo com dados divulgados pela UNICEF em 2018, em conjunto com a Organização Mundial de Saúde, a cobertura da vacinação contra a tríplice viral (o sarampo, caxumba e rubéola), estava próxima a 100% no Brasil até 2014. Em 2015, esse número caiu para 96,1%. Em 2016, a porcentagem caiu para 95,4% e em 2017, esse número despencou para 85%.

Em relação à poliomielite, a cobertura estava acima de 95% até 2015, mas também foi caindo e chegou a 84,4% em 2016, e apenas 78,5% em 2017.

A vacinação contra a tríplice bacteriana (difteria, tétano e coqueluche – dtp) estava acima de 90% até 2015. Em 2016 passou para 89,5% e em 2017, sofreu uma queda ainda maior, passando para 78,2%.

A redução alarmante dos números tirou o sono de muitos especialistas, que entendem essa queda, como efeito do sucesso das campanhas de vacinação. Ou seja, alguns pais pensam que não é preciso mais vacinar seus filhos por acreditarem que essas doenças não existam mais.

Outro fator relevante são as fake news. Apesar da OMS e o Americano – Centro de Controle de Doenças, garantirem e comprovarem a real eficácia da vacina, prevenindo em média 3 milhões de mortes por ano, movimentos antivacinas acusam os órgãos de introduzir toxinas que podem causar danos cerebrais e autoimunes. De acordo com especialistas imunológicos, não há provas científicas para esses argumentos. Além disso, pais que não imunizam seus filhos, automaticamente, colocam em risco a vida de outras crianças.

“A vacina tem sido vítima do seu próprio sucesso.” Antes de compreender essa afirmativa, o importante, primeiro, é entender o que é a vacina. Ela é uma substância feita com vírus e bactérias, mortos ou enfraquecidos. Ao introduzi-los no corpo, ela age diretamente no sistema imunológico, produzindo anticorpos contra aquela mesma substância. Dessa forma, o organismo fica preparado para receber aquela patologia, e assim, nosso sistema de defesa age rapidamente, impedindo que a doença se desenvolva, até mesmo, de forma mais leve. Mas por que a vacina tem sido vista como vilã por alguns pais?

Adriana foi vacinada e conta que seus filhos também foram imunizados, mesmo contra sua vontade. “O motivo que me faz ser contra, é que antigamente as pessoas não se vacinavam e viviam normalmente, melhor que hoje em dia. Meus filhos foram vacinados porque infelizmente nós somos cobrados pela sociedade e pelos pediatras. Eu fui vacinada e tive várias reações como febre, náusea, vômitos, inclusive fiquei uma semana de cama por ter tomado uma vacina.”

Suely sentiu na própria pele as consequências de não ter sido imunizada quando era criança. “Sou totalmente a favor da vacinação porque eu fui vítima da poliomelite. Na época, minha mãe com muitos filhos, não tinha condições de levar a gente pra vacinar. Eu fiquei cadeirante por não ter sido imunizada. Naquele tempo não tinha muita informação. Hoje em dia, é total irresponsabilidade dos pais que não vacinam seus filhos, porque existem muitos meios de comunicação. O exemplo tá aqui, pra todo mundo ver.”

De acordo com a OMS, uma alternativa para modificar essa realidade que vem crescendo significativamente, é aumentar investimentos para as campanhas. Para Suely, as pessoas precisam se informar mais e repensar a decisão de não vacinar seus filhos.

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