Em novembro, o grupo também denunciou à Justiça ex-gestores públicos de Nova Friburgo, pelo crime de peculato
Com foco na asfixia financeira das mais variadas organizações criminosas, o Grupo de Atuação Especializada no Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ) requereu à Justiça, de janeiro a dezembro de 2023, o bloqueio de mais de R$ 9 milhões das contas de pessoas investigadas por crimes como tráfico de drogas, milícia armada, contravenção, pirâmide financeira e outras práticas. Foram mais de 70 ações penais ajuizadas com 483 denunciados. Também foram realizadas cerca de 70 operações, com o apoio da Coordenadoria de Segurança e Inteligência (CSI/MPRJ).
Entre os trabalhos executados ao longo do ano de 2023 contra milícias está a 2ª fase da operação Dinastia, deflagrada pelo GAECO/MPRJ em parceria com a Polícia Federal, no dia 19/12. A operação decorre de denúncia do GAECO/MPRJ contra Luis Antônio da Silva Braga, conhecido como Zinho. O criminoso estava foragido, até se entregar à Justiça, no último dia 24/12.
O GAECO/MPRJ, por meio da Força-Tarefa Marielle e Anderson (FTMA/MPRJ), em parceria com a Polícia Federal, deflagrou a operação Élpis, que prendeu o ex-bombeiro Maxwell Simões Corrêa. Em julho, em uma nova denúncia à Justiça na investigação que apura os homicídios da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, o GAECO/MPRJ revelou a participação de Maxwell no duplo homicídio e tentativa de homicídio contra a assessora da parlamentar. Em uma delação premiada firmada com o MPRJ e a PF, o ex-PM Élcio de Queiroz apontou a participação de Maxwell no crime, confessou que dirigiu o carro usado no ataque e confirmou que Ronnie Lessa fez os disparos.
No combate a crimes praticados por contraventores que exploram jogos de azar, o GAECO/MPRJ e a Polícia Civil deflagraram, também em julho, a operação Ás de Ouro II, para prender Bernardo Bello e outros cinco integrantes da organização criminosa, pelo assassinato de um advogado, ocorrido em maio de 2022, em Niterói. De acordo com as investigações, Bernardo e o braço financeiro da organização, Allan Diego Magalhães Aguiar foram os mandantes do crime, que contou com a participação dos outros quatro denunciados. Na mesma linha, já no fim de novembro, o GAECO/MPRJ e a PF também prenderam o chefe da contravenção que atua na Zona Norte do Rio de Janeiro.
Já no combate à ocupação irregular do solo, a Força-Tarefa de Enfrentamento à Ocupação Irregular do Solo Urbano (GAECO/FT-OIS) em parceria com a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Seop), realizou operações para demolição de construções irregulares em áreas dominadas pelo tráfico e pela milícia. Foram dezenas de ações realizadas na Rocinha, na Maré, no Recreio dos Bandeirantes, na Barra da Tijuca entre outros bairros.
Em ações contra traficantes, o GAECO/MPRJ e a PF prenderam, na operação Pontual, o integrante de organização criminosa responsável pelo tráfico de drogas e o roubo de cargas em São Gonçalo. O preso também transportava traficantes, armas e drogas entre diversas comunidades dominadas por uma das principais facções do Rio.
Em novembro, o grupo também denunciou à Justiça ex-gestores públicos de Nova Friburgo, pelo crime de peculato. Na operação Pátio Ilegal, deflagrada em outubro, foram denunciados os sócios de uma empresa que leiloaram indevidamente ao menos 162 veículos apreendidos em inquéritos policiais e/ou processos judiciais, dos quais tinham a posse em razão de contrato firmado com a Prefeitura de Barra Mansa. Os denunciados teriam embolsado indevidamente mais de R$ 3 milhões.
O GAECO/MPRJ identifica, previne e reprime o crime organizado e as atividades ilícitas especializadas em todo o Estado do Rio de Janeiro. O grupo também promove e acompanha investigações e intercâmbio de informações com órgãos de inteligência e investigação.
O ano fica marcado também pela importante decisão para o grupo, obtida pela Assessoria de Recursos Constitucionais Criminais (ARC Criminal/MPRJ) junto ao Supremo Tribunal Federal. O STF reconheceu a constitucionalidade da Resolução GPGJ 2.403/2021, que reestruturou o GAECO/MPRJ, e das Resoluções por ela revogadas (Resoluções GPGJ 1.570/2010 e 2.074/2016).
Por MPRJ
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