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República Brasileira: Entre golpes e gambiarras, a democracia dá seus jeitinhos

  • novembro 14, 2024
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Um passeio irreverente pela história do Brasil, onde mandatos caem, generais assumem e o povo fica no meio desse eterno ping-pong político

República Brasileira: Entre golpes e gambiarras, a democracia dá seus jeitinhos

Ser brasileiro é viver num eterno campeonato de ping-pong político. Desde que a República foi proclamada em 1889, parece que estamos assistindo a uma partida em que os jogadores mudam, mas o jogo nunca termina. Entre golpes, mandatos interrompidos e ditaduras, a gente aprendeu que, no Brasil, a democracia é igual àquele café frio: está sempre ali, mas às vezes amarga e difícil de engolir.

O Começo: Quando a Monarquia Foi Para o Beleléu

Tudo começou em 1889, quando Deodoro da Fonseca, meio sem querer, meio de mau humor, proclamou a República. Ele estava tão confuso que, depois de assumir a presidência, largou o cargo em dois anos. A pressão política era tanta que Floriano Peixoto, seu vice, teve que entrar em cena, tipo aquele amigo que pega o microfone no karaokê quando você já perdeu a voz.

Floriano segurou a onda, mas a República Velha chegou trazendo o famoso “café com leite”. Só que, ao contrário do que o nome sugere, não era doce nem cremoso. Era basicamente um rodízio de poder entre São Paulo e Minas Gerais, onde o resto do país assistia de camarote, sem ser convidado para a festa.

Getúlio Vargas: O Mestre do Plot Twist

Pulamos para 1930, quando Getúlio Vargas chega, derruba a oligarquia e começa seu longo reinado de surpresas. Primeiro, ele é o mocinho da história, modernizando o país e criando leis trabalhistas. Depois, vira o vilão, fecha o Congresso e manda instaurar o Estado Novo, uma ditadura com propaganda política mais intensa que comercial de lava-rápido.

Mas Getúlio não para por aí. Em 1951, ele volta ao poder, dessa vez como presidente eleito, só para ser pressionado até o limite. Em 1954, com a galera pedindo sua cabeça, ele dá um dos maiores plot twists da política: “Saio da vida para entrar na história.” E entrou mesmo, deixando o Brasil em choque.

Jânio Quadros: O Rei do Mistério

Avançamos para 1961 e encontramos Jânio Quadros, um presidente que subiu ao poder prometendo combater a corrupção. Ele ficou famoso por coisas esquisitas, tipo proibir biquínis e briga de galo, mas seu maior truque foi renunciar depois de apenas sete meses. A desculpa? “Forças ocultas.” Até hoje ninguém sabe se ele estava falando sério ou se só queria inventar um novo reality show político.

E quem entrou na vaga? João Goulart, ou Jango para os íntimos. Só que o cara era visto como comunista demais pelas elites, então eles inventaram o parlamentarismo para diminuir seus poderes. Ele aceitou, mas logo convenceu o povo a trazer o presidencialismo de volta. Quando parecia que as coisas iam se ajeitar, em 1964, o país vira uma mesa de dominó, e Jango é derrubado no golpe militar.

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Ranieri Mazzilli: O Figurante Mais Famoso

É aqui que entra Ranieri Mazzilli, o presidente da Câmara que ficou conhecido como o político mais decorativo da história. Em 1964, depois que Jango foi deposto, ele assumiu a presidência por incríveis 14 dias. Ele era tipo aquele convidado da festa que segura o som enquanto o dono da casa troca de roupa. Os militares estavam no comando real e, em pouco tempo, colocaram o Marechal Castelo Branco no cargo.

Não foi a primeira vez que Mazzilli virou presidente interino. Em 1961, ele já tinha assumido por 13 dias, quando Jânio largou a presidência. Resumindo: o cara passou mais tempo em despedidas de cargo do que na cadeira presidencial.

Ditadura Militar: O Ping-Pong da Repressão

E então veio a ditadura militar, aquele período de 21 anos em que o Brasil virou um campo de treinamento para aprender a sobreviver com censura, tortura e propagandas bizarras. Os generais se revezaram no poder como se estivessem disputando uma pelada de futebol, enquanto o povo assistia na arquibancada sem poder entrar em campo.

Os militares até prometeram estabilidade, mas entregaram um “milagre econômico” que parecia bom só para quem estava no andar de cima. Lá embaixo, a inflação crescia e o povo fazia milagre com feijão e arroz. O AI-5, o temido Ato Institucional, foi o ponto alto da repressão, calando a oposição e qualquer um que ousasse discordar.

A Redemocratização: Um Alívio e Um Drama

Quando o regime militar começou a desmoronar, o Brasil finalmente vislumbrou a redemocratização. A eleição indireta de Tancredo Neves, em 1985, trouxe esperanças, mas o cara morreu antes de tomar posse. Quem assumiu foi José Sarney, que entrou na história como o presidente da hiperinflação e dos planos econômicos que ninguém entendia.

A democracia parecia estar de volta, mas ainda faltava estabilidade. Fernando Collor, eleito em 1989, foi o primeiro presidente a sofrer impeachment, em 1992, depois de um governo cheio de escândalos. Sua saída mostrou que o brasileiro não tem medo de pedir a conta quando o serviço não está bom.

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O Brasil Hoje: Ainda Jogando o Ping-Pong

Com a redemocratização consolidada, o Brasil achou que tinha encontrado o caminho certo. Mas os impeachments de Collor e Dilma Rousseff mostraram que o jogo político ainda é cheio de reviravoltas. Hoje, vivemos numa democracia que, apesar de barulhenta, resiste bravamente às pancadas.

No final das contas, ser brasileiro é viver nesse eterno vai-e-vem, tentando entender como o país sobrevive a tantos golpes e crises. O importante é que, entre um saque e outro, a gente segue jogando, acreditando que um dia o jogo será mais justo e menos cansativo. Afinal, quem é que aguenta tanto ping-pong sem um intervalo para respirar?

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