Alimentação emocional: como emoções afetam sua relação com a comida
abril 8, 2025
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Nutricionista e psicóloga explicam como reconhecer a fome emocional e adotar hábitos mais saudáveis
Quando o emocional fala mais alto que o estômago
Entenda como emoções como ansiedade e estresse afetam sua alimentação
É importante reconhecer que comer vai muito além de uma necessidade biológica. A alimentação emocional ocorre quando sentimentos como ansiedade, tristeza ou até alegria guiam as escolhas alimentares, muitas vezes levando ao consumo excessivo de alimentos calóricos.
Em primeiro lugar, a nutricionista e professora da Estácio, Juliana Moreira, explica que há diferenças claras entre os tipos de fome.
A fome física aparece gradualmente, com sinais como estômago roncando ou cansaço. Já a fome emocional surge de forma repentina e costuma estar ligada a desejos por alimentos ricos em açúcar e gordura, afirma.
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Emoções e comida: uma conexão bioquímica
Além disso, a psicóloga Ana Cristina Fabbri, também docente da Estácio, reforça que o ato de comer está diretamente ligado ao nosso estado emocional.
Certos alimentos liberam dopamina e serotonina, substâncias que promovem prazer imediato, o que alivia temporariamente emoções negativas como estresse e tristeza, explica.
Entretanto, essa recompensa momentânea pode desencadear um ciclo prejudicial.
Logo depois de comer, muitas pessoas sentem culpa ou arrependimento. Isso alimenta emoções negativas que levam novamente à alimentação emocional, alerta a psicóloga.
Identifique os gatilhos antes de comer
Antes de tudo, reconhecer a origem da fome é essencial para evitar desequilíbrios alimentares. Juliana recomenda um exercício simples de autoconsciência:
Pergunte-se: ‘Estou com fome ou estou ansioso?’ Essa prática pode ajudar a evitar decisões impulsivas e promover uma relação mais saudável com a comida.
Por outro lado, o contexto emocional pode tanto aumentar quanto reduzir o apetite. Fabbri aponta que estados de ansiedade podem provocar compulsão alimentar, enquanto o estresse crônico pode levar à falta de apetite.
Alimentação e cérebro: uma via de mão dupla
Não apenas isso, mas o que comemos também impacta diretamente nosso humor. A psicóloga ressalta que o intestino produz cerca de 90% da serotonina do corpo. Assim sendo, a saúde intestinal está fortemente relacionada ao bem-estar emocional e à escolha dos alimentos.
Ademais, hábitos saudáveis contribuem para quebrar o ciclo da alimentação emocional. “A prática de atividades físicas e o consumo de alimentos nutritivos, como peixes ricos em ômega-3 e frutas como banana, melhoram a produção de serotonina”, explica Juliana.
Para concluir, se o comportamento alimentar estiver impactando o bem-estar, é essencial buscar acompanhamento profissional. “Nutricionistas e psicólogos ajudam a identificar os gatilhos emocionais e traçar estratégias para uma vida mais equilibrada”, finaliza a nutricionista.