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INFLUENZA AVIÁRIA: Estamos em alerta!

Um novo caso de gripe aviária de alta patogenicidade foi confirmado pela plataforma do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), dedicada a informar ocorrências da doença no país. 

Os vírus da Influenza Aviária estão divididos em  dois grupos:

  • Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP): Taxa de mortalidade alta e súbita, com depressão intensa e sinais respiratórios e neurológicos; coloração azulada da pele decorrente de oxigenação insuficiente do sangue e focos necróticos na crista e na barbela além de queda na postura e produção de ovos deformados, com casca fina ou sem pigmentação.
  • Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (IABP): A grande maioria dos vírus são mantidos de forma assintomática em aves silvestres. Nas aves domésticas os sinais da IABP podem estar ausentes ou ser brandos, incluindo sinais respiratórios (espirros, tosse, corrimento nasal e ocular), diarreia, letargia, edema da face, além de queda de produção e consumo de água e alimento.

O novo caso foi detectado em uma ave do tipo Trinta-réis-boreal, uma ave migratória capaz de voar por dias seguidos sem descanso, percorrendo mais de 10 mil quilômetros em uma única viagem. O caso foi notificado em São Francisco de Itabapoana, no Rio de Janeiro. O estado totaliza 29 casos, ficando atrás do Espírito Santo. O país soma agora 161 casos da doença, sendo 3 em aves de subsistência e 5 em mamíferos marinhos. Ainda há três casos sendo investigados pelo MAPA.

Nestes casos a notificação aos órgãos oficiais nacionais e internacionais de controle de saúde animal é obrigatória. Atualmente o mundo vivencia a maior pandemia de Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) e a maioria dos casos está relacionada ao contato de aves silvestres migratórias com aves de subsistência, de produção ou aves silvestres locais.

Até o momento, apenas os vírus com as hemaglutininas identificadas como H5 e H7 têm sido altamente patogênicos a galinhas e a algumas outras espécies de aves domésticas e aquáticas.

Mas não há, ainda, motivos para alarde! 

A nossa atual situação epidemiológica é de “País livre de influenza aviária de alta patogenicidade em aves de produção comercial.” E de “Infecção pelo vírus influenza A de alta patogenicidade em aves silvestres e de subsistência – doença limitada a certas zonas” desde 15 de maio de 2023, quando foi detectado o vírus H5N1 em três aves silvestres no Espírito Santo. Há também a notificação de Infecção pelo vírus da influenza aviária de baixa patogenicidade em aves silvestres – doença limitada a certas zonas. 

A notificação da infecção pelo vírus da IAAP (Influenza Aviária de Alta Patogenicidade) em aves silvestres não dá motivos para proibições ao comércio internacional de produtos avícolas brasileiros para os demais países membros da  OMSA (Organização Mundial de Saúde Animal). 

O monitoramento e a imediata notificação de casos suspeitos da doença é extremamente importante para evitar que a doença chegue até as produções comerciais, o que acarretaria em barreira sanitária para a comercialização de produtos avícolas no mercado interno e externo e em enorme prejuízo econômico para a avicultura comercial. Apenas no estado do Rio de Janeiro existem mais de 4 mil granjas avícolas.

Outra informação importante para nos tranquilizar: É totalmente seguro o consumo da carne de aves e ovos. Não há dados epidemiológicos que sequer indiquem que a doença possa ser transmitida ao homem por meio de alimentos cozidos. Isto é relatado por todos os órgãos internacionais de saúde animal e humana, como OMS, FAO, USDA, OMSA e outros. O contágio por humanos é extremamente raro. Quando acontece, geralmente, está relacionado ao manejo direto das aves infectadas. Isto também é atestado por todos os órgãos internacionais de saúde animal e humana.

Portanto, NUNCA se deve tocar e nem recolher aves doentes, acione o serviço veterinário local  caso identifique uma ave com sintomas como:

  • Dificuldade respiratória, tosse, espirros, muco nasal;
  • Torcicolo, espasmos, andar cambaleante;
  • Queda de postura, produção de ovos deformados, com casca fina ou sem pigmentação;
  • Hemorragias;
  • Inchaço nas juntas das pernas;
  • Diarreia aquosa esverdeada ou branca e desidratação.

 Você também pode realizar a notificação por meio do e-Sisbravet. Esse sistema foi criando para a prevenção, detecção e pronta reação às ocorrências zoossanitárias de interesse pecuário nacional através do registro e acompanhamento das notificações de suspeitas de doenças e das investigações realizadas pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO).

Camila Porto

Camila Porto é engenheira agrônoma formada pela Universidade Federal de Viçosa. Atua na área rural desde 2014, diretamente com agricultores e em constante diálogo com instituições voltadas à pesquisa, assistência técnica e extensão rural como a Emater e Embrapa. Atualmente faz parte do grupo técnico agrícola da Associação Comercial, Industrial e Agrícola de Nova Friburgo e desde 2021 produz e apresenta o programa Zoom Rural na TV ZOOM.

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