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O Brilho, o Cinema Brasileiro e o Festival de Cinema de Cannes

O Festival de Cannes anunciou sua lista de filmes participantes da edição 2024 no dia de hoje (11). O Brasil ostenta uma forte presença na competição pela Palma de Ouro com a inclusão do novo filme de Karim Aïnouz. A obra, intitulada “Motel Destino”, é o mais recente projeto do renomado diretor brasileiro, cujo trabalho anterior, “A Vida Invisível”, já recebeu reconhecimento no festival ao conquistar prêmios na mostra paralela Un Certain Regard.

“Motel Destino” é descrito como um thriller erótico situado em um motel à beira da estrada no estado do Ceará, terra natal do diretor. O enredo gira em torno da chegada de um jovem chamado Heraldo, cuja presença irá provocar mudanças profundas no cotidiano do local.

Confira a lista completa dos concorrentes à Palma de Ouro 2024.

Este colunista já teve um filme selecionado no Festival de Cannes em 2017 na categoria Short Film Corner. Em 2016 produzi o filme “Retorno” de roteiro e direção do meu amigo Kaio Caiazzo. Tivemos esta mágica experiência de 10 dias que guindou nossas vidas a um novo patamar, além de um gigante sentimento de conquista.

O Festival de Cinema de Cannes, um dos mais ilustres eventos cinematográficos do mundo, possui uma história rica e fascinante que se estende por mais de sete décadas. Desde sua fundação em 1946, este festival tem sido um farol de excelência cinematográfica, atraindo cineastas, estrelas de cinema e entusiastas da sétima arte de todo o globo.

Ao longo dos anos, Cannes testemunhou uma série de acontecimentos marcantes que contribuíram para sua reputação lendária. Um desses momentos notáveis ocorreu em 1955, quando a atriz francesa Simone Silva, em um incidente infame, expôs um seio ao desembarcar do iate do magnata do cinema Robert Mitchum, gerando alvoroço na imprensa e estabelecendo Cannes como um palco de fascínio e escândalo.

Simone Silva e Robert Mitchum

Outro episódio que deixou sua marca na história do festival foi em 1968, durante os tumultuosos protestos estudantis na França. Em solidariedade aos manifestantes, Cannes foi cancelado naquele ano, destacando sua sensibilidade às questões sociais e políticas de sua época.

Godard foi um dos líderes da paralisação do Festival de Cannes, em maio de 1968

Ao longo das décadas, Cannes tem sido palco de estreias mundiais de obras-primas do cinema, além de servir como plataforma para descobertas de talentos emergentes e consagração de cineastas estabelecidos. Diretores renomados como Federico Fellini, Ingmar Bergman, Martin Scorsese e Quentin Tarantino tiveram suas obras aclamadas neste prestigiado palco.

Além disso, Cannes não é apenas uma vitrine para filmes de arte e cinema de autor, mas também um local onde produções comerciais e blockbusters ganham destaque, refletindo a diversidade e a amplitude do cinema contemporâneo.

Nos últimos anos, o festival tem se dedicado a promover a igualdade de gênero e a representação feminina na indústria cinematográfica, lançando iniciativas e programas para apoiar e destacar o trabalho das mulheres no cinema.

Em suma, o Festival de Cinema de Cannes é muito mais do que apenas uma semana de exibições cinematográficas; é um evento que celebra a criatividade, a inovação e a diversidade da sétima arte, enquanto continua a escrever sua própria história no coração da Riviera Francesa.

A presença do cinema brasileiro no Festival de Cannes, um dos mais importantes e prestigiados eventos cinematográficos do mundo, tem sido marcada por uma trajetória rica e multifacetada, repleta de momentos memoráveis e conquistas significativas.

Desde os primeiros anos de sua participação no festival, o cinema brasileiro tem sido reconhecido por sua originalidade, diversidade e compromisso com a expressão artística autêntica. Uma das primeiras obras brasileiras a ganhar destaque em Cannes foi “O Pagador de Promessas”, dirigido por Anselmo Duarte, que conquistou a Palma de Ouro em 1962, tornando-se o primeiro filme latino-americano a receber esse prestigioso prêmio.

Anselmo Duarte e a Palma de Ouro

Leo Arturius

Graduado em Pedagogia e Cinema pela PUC-Rio, Leo Arturius assumiu a cadeira de direção em sete filmes, como produtor foram oito e outros sete como continuísta. Desde 2016 oferece cursos de roteiro e documentário na cidade de Nova Friburgo e, em 2017, obtive seu ápice profissional ao ter um filme selecionado no Festival de Cannes. A carreira teve uma guinada em 2019, começou a fazer exposição de fotografia sobre a cidade de Nova Friburgo. Friburguenses e cariocas já tiveram a oportunidade de entrar em contato com seu olhar de estrangeiro sobre a cidade serrana. Em 2023 assumiu a cadeira de professor no Colégio Nossa Senhora das Dores e Senai Nova Friburgo, no ano vigente retorna a atuação regular em produções e direção cinematográficas e ao cargo de produtor de conteúdo na TV Zoom.

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