Capela nasceu de uma promessa feita em alto mar; Veja como aconteceu Muita gente que passa pela Praça do Suspiro, cartão-postal de Nova Friburgo, na Região Serrana, não
Muita gente que passa pela Praça do Suspiro, cartão-postal de Nova Friburgo, na Região Serrana, não imagina a história que a charmosa Igreja de Santo Antônio carrega.
A capela, que nasceu de uma promessa feita em auto mar, completou 140 anos de fundação, na última quinta-feira, dia 20.
Segundo a historiadora Janaína Botelho, um acontecimento traumático ocorrido, possivelmente em 1858 ou 59, mudou a vida de Samuel Antônio dos Santos, maestro de bordo da Marinha Portuguesa, quando embarcava com destino a Buenos Aires.
Um intenso temporal colocou o navio em risco de naufrágio, que quase matou toda a tripulação. Desesperado, Samuel rezou e pediu ajuda a Santo Antônio durante a tormenta, fazendo a promessa de que abandonaria a Marinha no primeiro porto que desembarcasse e construiria uma capela em homenagem ao santo de sua devoção no local onde fixasse domicílio.
A embarcação superou o naufrágio e aportou no Rio de Janeiro. Samuel dos Santos solicitou o desligamento da Marinha cumprindo assim uma das promessas e passou a residir no Brasil.
Na Corte trabalhou como professor e regente até o ano de 1862, quando soube de uma vaga como lente de música no colégio-internato São Vicente de Paulo, em Nova Friburgo, município serrano da província fluminense.
Preferiu, então, a salubre vila nas montanhas do que o Rio de Janeiro, que, em todo o verão, vitimava centenas de pessoas nas epidemias de febre amarela.
O maestro fundou em 26 de fevereiro de 1863 a Sociedade Musical Beneficente Euterpe Friburguense, tendo o primeiro Barão de Nova Friburgo como presidente.
Tudo indica que a banda surgiu objetivando arrecadar dinheiro para a construção da capelinha com a apresentação de retretas.
Casou-se com Guilhermina Pascal, que foi companheira inseparável do marido no projeto de construir a capela de Santo Antônio.
Em maio de 1874, pleiteou à Câmara Municipal um terreno na Praça do Suspiro, que havia sido reservado para uso público.
Os vereadores aprovaram a cessão do terreno para a construção da capela de Santo Antônio.
No dia 13 de junho de 1884, a capelinha foi, enfim, inaugurada com missa rezada pelo vigário Amato Teotti Castor Brasil.
A imagem de Santo Antônio foi presente da baronesa de São Clemente, vinda de Portugal. O harmônio veio de Paris, recebendo a capelinha doações como imagens sacras, lustre de cristal, o tabernáculo e alfaias.
No ano 1886, os Jesuítas se instalaram em Nova Friburgo no prédio do château estabelecendo um internato para meninos, denominado de Colégio Anchieta. Desde então, possivelmente a pedido da Diocese, assumiram a capelinha de Santo Antônio realizando missas, pregações, confissões e catecismo.
Capela de Santo Antônio sobreviveu à tragédia de 2011
Em 2011, Nova Friburgo foi atingida por uma tragédia climática devastadora, resultando em deslizamentos de terra e enchentes que causaram danos significativos à Capela de Santo Antônio.
A igreja histórica, que faz parte do patrimônio cultural da região, sofreu danos estruturais severos devido à força das águas e deslizamentos.
Após o desastre, iniciou-se um esforço de reconstrução para restaurar a capela. Com apoio da comunidade local, esforços para arrecadação de fundos e apoio governamental, a reconstrução foi um símbolo de resiliência e esperança para os moradores de Nova Friburgo.
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A restauração não apenas visava reconstruir fisicamente a capela, mas também preservar sua importância histórica e cultural na cidade.
A reconstrução da Capela de Santo Antônio representa não apenas a recuperação de um local de culto, mas também a reconstrução do espírito comunitário e a preservação da identidade cultural de Nova Friburgo.
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