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Falha em geradores do Hospital Raul Sertã expõe divergências entre prefeitura e empresa contratada

  • setembro 27, 2024
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Valor anual do contrato é superior a R$ 600 mil; MPRJ dá prazo para Secretaria de Saúde se posicionar a respeito da capacidade e funcionalidade dos equipamentos

Falha em geradores do Hospital Raul Sertã expõe divergências entre prefeitura e empresa contratada
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Na noite da última segunda-feira, 23, Nova Friburgo enfrentou um apagão de energia elétrica que afetou diversas regiões da cidade, incluindo o Hospital Municipal Raul Sertã. 

Durante o episódio, o que era para ser uma operação automática dos geradores da unidade acabou se tornando um motivo de preocupação e polêmica, revelando falhas no sistema de emergência do hospital e divergências entre a prefeitura e a empresa responsável pela manutenção dos equipamentos.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, houve uma falha inicial em um dos geradores do hospital, que foi corrigida em questão de segundos. 

A pasta afirmou que a unidade hospitalar possui dois geradores novos, ambos com a manutenção em dia, e que os equipamentos essenciais para o atendimento aos pacientes possuem autonomia de até quatro horas, garantindo suporte em casos de falta de energia elétrica.

“Nenhum paciente esteve exposto a qualquer risco durante os apagões”, informou a secretaria, por meio de nota.

No entanto, a versão apresentada pela Tecnogera,  responsável pelos geradores  e contratada pela prefeitura através de licitação por um valor anual de R$ 664.722,31, é diferente.

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Em um comunicado enviado à reportagem da Zoom, a Tecnogera lamentou o ocorrido e explicou que, por uma questão técnica, o equipamento não foi acionado automaticamente, necessitando de intervenção manual.

A empresa destacou que sua equipe técnica atuou prontamente, restabelecendo o fornecimento de energia ao hospital em cerca de 30 minutos, o que claramente contradiz o posicionamento da prefeitura, que disse, através de nota enviada à imprensa disse: 

“Houve uma pequena falha do sistema de um dos geradores do Hospital Raul Sertã, que foi sanada em poucos segundos para o pleno funcionamento do gerador”.

A empresa ainda acrescentou:

“A Tecnogera reafirma seu compromisso com a excelência nos serviços prestados e está investigando internamente as causas deste episódio para garantir que medidas corretivas sejam imediatamente implementadas”, declarou a empresa, que atua há 18 anos no mercado de energia e segurança energética.

Valor da contratação

O contrato de locação e manutenção dos geradores, celebrado entre a prefeitura e a Tecnogera, prevê um custo mensal de aproximadamente R$ 55 mil, com uma duração total de 12 meses.

Apesar da manutenção estar, teoricamente, em dia, o incidente expôs a necessidade de uma revisão nos procedimentos de emergência, sobretudo em uma unidade de saúde de grande porte e relevância como o Hospital Municipal Raul Sertã.

O episódio também levanta questões sobre a eficácia dos sistemas de emergência hospitalar em situações críticas.

O tempo de 30 minutos para o restabelecimento da energia pode parecer curto em um contexto geral, mas em um ambiente hospitalar, onde vidas dependem de equipamentos em funcionamento contínuo, esse período pode ser crucial.

A Secretaria Municipal de Saúde informou que os motivos da falha estão sendo apurados em conjunto com a empresa e que toda a documentação será enviada ao órgão ministerial competente dentro do prazo estabelecido.

Ministério Público do Rio de Janeiro se posiciona

O Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) informou que a 2ª Promotoria de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Nova Friburgo expediu, na última quarta-feira ,25, um ofício à Secretaria Municipal de Saúde requisitando informações sobre a existência de geradores autônomos no Hospital Municipal Raul Sertã. A Secretaria tem o prazo de três dias úteis para esclarecer a funcionalidade dos geradores e a capacidade de suporte desses equipamentos à luz da demanda da unidade hospitalar. O MPRJ também solicitou que seja apresentado um relatório ou documentos  que comprovem a operacionalidade dos geradores.

Essa medida do MPRJ visa garantir que os mecanismos de emergência do hospital estejam plenamente funcionais, resguardando a segurança dos pacientes e a continuidade dos serviços de saúde oferecidos pela instituição.

 

 

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