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Malick + Heidegger = Cinema Filosófico

  • outubro 17, 2024
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Abra seu coração para o cinema de Terrence Malick

Malick + Heidegger = Cinema Filosófico

Terrence Malick tem uma abordagem única e distinta em Hollywood. Conhecido por seu perfeccionismo, Malick é conhecido por fazer extensivas filmagens, muitas vezes em locações remotas, com horários imprevisíveis e longos períodos de pós-produção. Ele prefere usar luz natural, trabalhando de forma colaborativa e orgânica com os atores, frequentemente permitindo improvisações. Malick também é famoso por reestruturar seus filmes na edição, muitas vezes cortando diálogos e até mesmo papeis inteiros de personagens.

Terrence Malick conferindo o enquadramento no filme Terra de Ninguém.
Terrence Malick conferindo o enquadramento no filme Terra de Ninguém.

Além disso, ele é conhecido por ser extremamente recluso, evitando a imprensa e raramente aparecendo em eventos públicos. Sua aversão à fama e sua abordagem meticulosa fizeram com que houvesse longos intervalos entre alguns de seus filmes.

Terrence Malick nasceu em 30 de novembro de 1943, em Ottawa, Illinois, e cresceu em várias cidades dos Estados Unidos, incluindo Waco, Texas. Filho de um geólogo de origem libanesa, Malick estudou filosofia na Universidade de Harvard, graduando-se em 1965 onde estudou o filósofo alemão Martin Heidegger. Malick também chegou a estudar em Oxford e traduziu obras de Heidegger, o que moldou profundamente sua visão de mundo e influenciou sua abordagem cinematográfica, não completou seu doutorado. Em vez disso, retornou aos Estados Unidos e começou a ensinar filosofia no MIT, além de trabalhar como jornalista para revistas como The New Yorker.

No final dos anos 1960, Malick se interessou por cinema e se matriculou no AFI Conservatory (American Film Institute), onde se formou em direção. Essa transição para o cinema o levou a se tornar um dos diretores mais enigmáticos e reverenciados de Hollywood.

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O estilo cinematográfico de Terrence Malick

Malick e Christian Bale nos bastidores de Cavaleiro de Copas.
Malick e Christian Bale nos bastidores de Cavaleiro de Copas.

Amplamente reconhecido por sua singularidade, poética visual e foco na contemplação existencial. Suas obras são marcadas por uma profunda reflexão filosófica, uso impressionante de paisagens naturais e uma abordagem narrativa pouco convencional. Abaixo estão alguns elementos-chave que definem o estilo de Malick:

Malick adota uma abordagem única e diferenciada em seus filmes, caracterizada pela quebra das estruturas narrativas tradicionais. Suas narrativas, em vez de seguirem uma linha temporal clara, são fragmentadas e não lineares, proporcionando uma experiência sensorial ao espectador. Em obras como A Árvore da Vida e Além da Linha Vermelha, Malick mistura passado, presente e futuro de forma lírica, criando uma atmosfera onírica que subverte as expectativas de uma história convencional.

Uma das marcas registradas de seus filmes é o uso de narração em off, ou voice-over. Longe de explicarem diretamente os eventos da trama, essas narrações introspectivas e poéticas revelam os pensamentos e sentimentos dos personagens, convidando o público a refletir sobre temas profundos, como a vida, a morte, a natureza e o sentido da existência humana. Esse recurso transforma a narrativa em uma reflexão filosófica, destacando-se pela exploração dos aspectos espirituais e existenciais que permeiam suas obras.

Malick é fortemente influenciado por sua formação em filosofia, e essa bagagem se reflete em sua obra, que constantemente aborda questões existenciais. Temas como o significado da vida, a mortalidade e a busca por autenticidade surgem de maneira recorrente, especialmente em filmes como A Árvore da Vida e O Novo Mundo, onde o diretor questiona o lugar do ser humano no cosmos e sua relação com a natureza. A espiritualidade e o conflito interno do ser humano são trabalhados em camadas, propondo uma análise que vai além da superfície narrativa.

A estética visual de Malick é outro elemento fundamental em sua filmografia. Ele possui uma forte predileção por capturar imagens com luz natural, geralmente ao amanhecer ou ao entardecer, em locações externas, exaltando a grandiosidade da natureza. Em seus filmes, a natureza é retratada com tal reverência que se torna quase um personagem por si só. A câmera, muitas vezes operada de forma manual, move-se com suavidade entre os cenários, proporcionando um ritmo meditativo e fluido à narrativa visual.

Outro aspecto que distingue a obra de Malick é a minimização dos diálogos. Ao invés de recorrer a diálogos expositivos para expressar emoções e intenções, ele prefere o silêncio, as narrações em off e o uso expressivo das imagens e da música. O silêncio, aliado à riqueza visual, oferece um espaço de contemplação, onde o espectador é levado a refletir sobre os dilemas filosóficos presentes nos filmes.

Os personagens de Malick são construídos de forma distinta, muitas vezes parecendo menos protagonistas individuais e mais fragmentos de uma experiência maior. Eles raramente possuem arcos dramáticos tradicionais ou profundidade psicológica detalhada, sendo, em vez disso, veículos para a exploração de temas universais, como o amor, o sofrimento e a espiritualidade. As relações humanas são frequentemente apresentadas de forma minimalista, sugerindo mais do que explicitando.

O processo criativo de Malick também se destaca pela improvisação e edição prolongada. Ele é conhecido por filmar extensivamente e passar muito tempo na sala de montagem, reorganizando cenas, cortando diálogos e, em alguns casos, eliminando personagens inteiros. Essa liberdade na edição resulta em uma obra final que frequentemente difere da ideia inicial, conferindo uma espontaneidade e naturalidade às performances dos atores.

Por fim, a música desempenha um papel fundamental no cinema de Malick, funcionando não apenas como complemento, mas como elemento narrativo. Ele utiliza trilhas sonoras que intensificam o tom emocional e espiritual de seus filmes, com composições de mestres como Mahler, Górecki e Brahms, que elevam a atmosfera meditativa e introspectiva de suas obras, integrando som e imagem de maneira quase sublime.

Por que os filmes de Terrence Malick são assim? 

Suas obras são mais próximas de uma experiência sensorial e filosófica do que de uma narrativa convencional, utilizando o cinema como uma forma de meditação sobre a vida, o tempo, a natureza e o universo. Por isso, Malick é visto como um diretor que transcende os limites do cinema comercial de Hollywood, criando uma arte visual única que desafia e envolve o espectador em um nível intelectual e emocional.

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Filmografia de Terrence Malick

Terra de Ninguém (Badlands) 1973

    • Sinopse: Inspirado em uma história real, o filme segue o jovem Kit (Martin Sheen) e sua namorada adolescente Holly (Sissy Spacek), que embarcam em uma série de crimes violentos enquanto cruzam as vastas paisagens do interior americano.
    • Custo: Cerca de 300 mil dólares.
    • Recepção: Embora não tenha sido um sucesso comercial imediato, o filme foi aclamado pela crítica e tornou-se um marco do cinema americano.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qKykxE7CBbc

poster filme terra de ninguem

Cinzas no Paraíso (Days of Heaven) 1978

    • Sinopse: Situado no início do século XX, o filme narra a história de um triângulo amoroso entre um trabalhador braçal (Richard Gere), sua namorada (Brooke Adams), e um rico fazendeiro (Sam Shepard), com as vastas paisagens do Texas servindo de pano de fundo.

    • Custo: Cerca de 3 milhões de dólares.

    • Recepção: Venceu o Oscar de Melhor Fotografia e é amplamente reconhecido por suas paisagens visuais deslumbrantes e tom lírico.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=7LAqRFoT97o

 

A beleza de Cinzas no Paraíso: https://www.youtube.com/watch?v=mCCy8mRqF8c

Poster do filme Cinzas No Paraiso de 1978 por Terrence Malick

Além da Linha Vermelha (The Thin Red Line) 1998

    • Sinopse: Uma reflexão poética sobre a Segunda Guerra Mundial, o filme segue soldados americanos durante a Batalha de Guadalcanal, explorando temas de guerra, natureza e a condição humana.
    • Custo: Aproximadamente 52 milhões de dólares.
    • Recepção: Indicado a sete Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. Foi um sucesso de crítica, com muitos elogiando sua abordagem meditativa e visualmente impressionante.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ejm0XvT3rB8

A beleza de Além da Linha Vermelha: https://www.youtube.com/watch?v=236IqQLpsZE

Poster do Filme Alem da Linha Vermelha

O Novo Mundo (The New World) 2005

    • Sinopse: O filme conta a história da colonização inglesa da América e o relacionamento entre o capitão John Smith (Colin Farrell) e a nativa Pocahontas (Q’orianka Kilcher), explorando o choque de culturas e a harmonia com a natureza.
    • Custo: Cerca de 30 milhões de dólares.
    • Recepção: Recebeu críticas mistas no lançamento, mas foi posteriormente reavaliado como uma obra-prima poética.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=i2LdlqW26zc

A beleza de O Novo Mundo: https://youtu.be/mRUqwWemApA?si=-7pIZw_AR3XmzQU1

Poster do filme O Novo Mundo

A Árvore da Vida (The Tree of Life) 2011

    • Sinopse: Uma reflexão existencial sobre a vida, morte e o universo, o filme segue a infância de Jack (Hunter McCracken) nos anos 1950 e a relação com seu pai (Brad Pitt), intercalando imagens cósmicas e filosóficas.
    • Custo: Aproximadamente 32 milhões de dólares.
    • Recepção: Ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes e foi amplamente considerado um dos filmes mais ambiciosos e profundos da década.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=PlxZOOEHK4o

A beleza de Árvore da Vida: https://youtu.be/osNA33gKBd8?si=ApiEjbhKANyMjQCx

Poster do Filme A Arvore da Vida

Amor Pleno (To the Wonder) 2012

    • Sinopse: Um conto meditativo sobre o amor e a fé, o filme segue Neil (Ben Affleck) e Marina (Olga Kurylenko) enquanto eles navegam em um relacionamento turbulento.
    • Custo: Cerca de 12 milhões de dólares.
    • Recepção: Recebeu críticas mistas, com alguns elogiando sua poesia visual, enquanto outros criticaram sua narrativa fragmentada.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=ZJiay-EhjPY

Poster do filme Amor Pleno

Cavaleiro de Copas (Knight of Cups) 2015

    • Sinopse: O filme explora a vida de um roteirista de Hollywood (Christian Bale) que se sente desiludido com sua vida materialista, buscando um sentido mais profundo enquanto interage com várias mulheres.
    • Custo: Cerca de 9 milhões de dólares.
    • Recepção: Outro trabalho polarizador, com reações que variaram entre admiração por seu visual e crítica por sua abstração.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=Rl9QJrYo5t0

A beleza de Cavaleiro de Copas: https://youtu.be/5lb_Sx-Yy4o?si=XEC2Iu24ed7gRpKm

Poster do filme Cavaleiro de Copas

De Canção em Canção (Song to Song) 2017

    • Sinopse: Situado no cenário musical de Austin, Texas, o filme segue dois casais em meio a amor, traição e o mundo da música, estrelado por Ryan Gosling, Rooney Mara, Michael Fassbender e Natalie Portman.
    • Custo: Aproximadamente 13 milhões de dólares.
    • Recepção: Como outros filmes recentes de Malick, foi elogiado pela cinematografia, mas recebeu críticas por sua narrativa esparsa.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=tY8qjm8yV30

Poster do filme De Cancao em Cancao

Uma Vida Oculta (A Hidden Life) 2019

    • Sinopse: Baseado na história real de Franz Jägerstätter, um agricultor austríaco que se recusa a lutar pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial, explorando questões de moralidade, fé e resistência.
    • Custo: Estimado em 24 milhões de dólares.
    • Recepção: Aclamado pela crítica como um retorno ao estilo mais estruturado de Malick, com grande ênfase em questões filosóficas e éticas.

Trailer: https://www.youtube.com/watch?v=qVtdkxr2jRE

A beleza de Uma Vida Oculta: https://youtu.be/dQixG-NR8Mg?si=zrtWC6EuyN4W57RZ

Poster do Filme Uma Vida Oculta

The Way of the Wind (em produção)

  • Sinopse: O projeto aborda a vida de Jesus Cristo de uma maneira contemplativa e reflexiva, uma abordagem característica de Malick.
  • Custo: Não divulgado.
Imagens do filme The Way OF The Wind

Terrence Malick continua a ser uma figura fascinante e misteriosa no cinema contemporâneo. Seu estilo filosófico e contemplativo, aliado a uma abordagem singular na realização de filmes, o destaca em Hollywood. Embora seu trabalho seja muitas vezes polarizador, é inegável que sua visão artística deixa uma marca profunda e duradoura no cinema.

Com seu mestrado em filosofia e especialização em Heidegger, Terrence Malick incorpora diversas ideias filosóficas em seu cinema, especialmente os conceitos explorados em Ser e Tempo (Sein und Zeit). Heidegger investigava a natureza do “ser”, a temporalidade e a forma como os seres humanos habitam o mundo — temas centrais nos filmes de Malick.

Quem foi Martin Heidegger?

filosofo alemao Martin Heidegger

Martin Heidegger (1889–1976) foi um dos filósofos mais influentes do século XX, conhecido principalmente por suas contribuições à fenomenologia, existencialismo e ontologia. Nascido em Messkirch, Alemanha, Heidegger inicialmente estudou teologia católica antes de se voltar para a filosofia. Ele estudou sob Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia, e eventualmente tornou-se seu assistente, embora mais tarde divergisse de suas ideias.

Em 1927, Heidegger publicou sua obra-prima, Sein und Zeit (Ser e Tempo), onde investigou a questão fundamental do “ser”, introduzindo conceitos como Dasein (o ser humano enquanto “ser-no-mundo”), ser-para-a-morte, e angústia. Ser e Tempo revolucionou a filosofia ao enfatizar a experiência humana do ser, tempo e existência, e tornou-se uma referência central para o existencialismo e para pensadores como Sartre e Merleau-Ponty.

Durante o regime nazista, Heidegger foi reitor da Universidade de Freiburg (1933-1934) e filiou-se ao Partido Nazista, algo que manchou sua reputação. Embora tenha se afastado do partido após 1934, sua adesão ao nazismo foi um ponto controverso em sua vida.

Após a Segunda Guerra Mundial, Heidegger foi proibido de lecionar por alguns anos devido à sua associação com o nazismo. No entanto, ele continuou a escrever e dar palestras até o fim de sua vida. Seus escritos posteriores exploraram temas como a técnica, a linguagem e a poesia, e ele criticou o impacto da tecnologia na alienação do ser humano em relação ao “Ser”.

Heidegger morreu em 1976, deixando um legado filosófico vasto e controverso, que continua a ser debatido e reinterpretado até os dias de hoje.

Relação dos filmes de Malick com a Filosofia de Martin Heidegger

Vamos entender os principais pontos abordados na filosofia de Martin Heidegger, explorados em Ser e Tempo, e compará-los com o cinema de Terrence Malick.

Capa do livro ser e tempo de martin heidegger

O filósofo Martin Heidegger investiga a questão do “Ser”, buscando entender como os seres humanos experienciam sua existência no mundo, conceito que ele denomina Dasein. Essa reflexão é traduzida de forma visual por Terrence Malick, que utiliza imagens contemplativas em seus filmes para explorar questões existenciais. Obras como A Árvore da Vida e Além da Linha Vermelha apresentam personagens que enfrentam questões fundamentais como a mortalidade, o sentido da vida e sua conexão com a natureza. A maneira como o tempo é retratado nessas histórias, de forma não linear e fluida, ecoa a visão de Heidegger de que o tempo não deve ser compreendido apenas de forma cronológica, mas como uma experiência vivida e sentida.

Heidegger também discute a importância de reconectar-se com a natureza para redescobrir o “Ser”. Ele critica a forma como a modernidade e a tecnologia afastam o ser humano dessa ligação essencial com o mundo. Malick, por sua vez, frequentemente coloca a natureza como um personagem central em seus filmes, dedicando longos planos para capturar paisagens e mostrando um profundo respeito pelo mundo natural. A abordagem do diretor reflete a ideia heideggeriana de que é através da natureza que o ser humano pode encontrar um novo sentido para sua existência.

 

Outro conceito importante em Heidegger é o de Aletheia, que se refere à verdade como um “desocultamento”, ou seja, algo que se revela indiretamente pela experiência. Para o filósofo, a verdade não é um fato objetivo, mas uma descoberta feita pelo ser humano. Nos filmes de Malick, essa revelação acontece de forma sutil, com narrativas fragmentadas e meditativas que permitem ao espectador fazer suas próprias descobertas filosóficas. A verdade em seus filmes tende a ser emocional e espiritual, sendo desvelada aos poucos, em vez de ser explicitamente apresentada.

A angústia existencial também é um tema central em Heidegger. Segundo ele, essa angústia revela ao ser humano a finitude de sua existência e o confronta com o vazio e o nada. Nos filmes de Malick, seus personagens frequentemente refletem sobre suas vidas, questionando seu lugar no mundo, suas escolhas e a natureza transitória da vida. Além disso, o conceito heideggeriano de Sorge (cuidado) — que implica no envolvimento constante do ser humano com o mundo — aparece nas relações humanas nos filmes de Malick, onde os personagens demonstram preocupação com suas conexões, decisões e o significado de suas ações.

Outro conceito central em Heidegger é o Ser-para-a-Morte, que trata da consciência da finitude humana e de como essa percepção pode levar a uma vida mais autêntica. Malick explora a morte e o legado em seus filmes, especialmente em A Árvore da Vida e O Novo Mundo, onde seus personagens refletem sobre o que significa viver de maneira plena e em harmonia com o universo, enquanto enfrentam sua própria mortalidade.

Heidegger discute o papel da linguagem, afirmando que ela é a “casa do ser”, mas reconhecendo também suas limitações. Ele sugere que o silêncio e a contemplação podem ser formas mais autênticas de vivenciar o Ser. Da mesma forma, Malick utiliza longos períodos de silêncio em seus filmes, preferindo comunicar-se por meio de imagens ao invés de diálogos. Essa escolha reflete a busca por um significado mais profundo, que não pode ser inteiramente expressado pelas palavras.

Com essas ideias filosóficas, tanto Heidegger quanto Malick convidam o público a refletir sobre a existência humana, criando uma experiência cinematográfica e filosófica que transcende as convenções tradicionais.

A influência de Heidegger no trabalho de Terrence Malick é profunda, não apenas em termos de temas filosóficos, mas na própria estrutura de seus filmes. A busca de Heidegger pela autenticidade do ser, sua crítica à modernidade e seu foco na temporalidade e na existência permeiam o cinema de Malick, que utiliza essas ideias para criar uma experiência cinematográfica altamente introspectiva e contemplativa. Essa relação entre cinema e filosofia faz de Malick um dos diretores mais intelectualmente estimulantes de sua geração.

Terrence Malick e Natalie Portman se divertem no set.
Terrence Malick e Natalie Portman se divertem no set.
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