Durante o período de férias, o psicólogo Diego de Castro, professor da Estácio em Nova Friburgo, chama atenção para a importância do brincar na infância. Segundo ele, a brincadeira é essencial para o desenvolvimento emocional, social e cognitivo das crianças. Quando negligenciada, pode gerar problemas como adultização precoce, dificuldades na construção da identidade e impactos na saúde mental. O excesso de telas também é apontado como um desafio, mas o especialista defende o equilíbrio e a mediação dos adultos. Para Castro, a tecnologia não substitui experiências sensoriais, nem vínculos afetivos. O brincar, além de educativo, é terapêutico, e sua ausência pode ter efeitos negativos duradouros. O alerta é claro: infância sem brincar compromete a saúde mental.
Infância sem brincar afeta saúde mental, alerta psicólogo
Infância sem brincar é um cenário cada vez mais comum e preocupante, principalmente durante o período de férias. Neste momento, famílias, escolas e colônias são convidadas a refletir sobre o valor do brincar para o desenvolvimento infantil. Mais do que lazer, brincar é uma necessidade fundamental.
Brincar ensina e transforma
Em primeiro lugar, o psicólogo e professor da Estácio, Diego de Castro, afirma que brincar é essencial para o crescimento emocional, cognitivo e social da criança. “É brincando que ela experimenta papéis sociais, compreende o mundo e transforma o imaginário em realidade”, explica.
Além disso, durante as brincadeiras, a criança manifesta sentimentos, desejos e até conflitos. Segundo Castro, esse processo favorece a compreensão do ambiente, além de estimular o raciocínio e a criatividade. “Ela se torna sujeito social por meio do brincar”, completa.
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Ausência de brincadeiras tem impacto direto
Por outro lado, a falta de oportunidades para brincar pode afetar seriamente o desenvolvimento infantil. “Quando a criança não brinca, ela perde espaço para exercitar a subjetividade e lidar com conflitos internos. Isso pode resultar em adultização precoce”, alerta o psicólogo.
Esse processo ocorre quando a criança precisa criar estratégias para lidar com situações complexas sem ter vivido as etapas básicas da infância. Segundo o especialista, isso compromete o amadurecimento saudável.
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Consequências para a saúde emocional
De acordo com Castro, os impactos da falta de brincadeira não são apenas imediatos. “As consequências podem surgir ao longo da vida, afetando a identidade e o equilíbrio emocional”, afirma.
Além disso, ele destaca que o brincar é ferramenta essencial para expressar pensamentos e emoções. “Muitos sinais de dificuldades emocionais são percebidos na forma como a criança brinca. Por isso, o brincar também é uma linguagem diagnóstica na psicologia”, acrescenta.
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Tecnologia: aliada ou obstáculo?
Enquanto isso, surge outro desafio: o excesso de telas. Embora a tecnologia possa ter funções educativas, Castro ressalta que ela não substitui o brincar tradicional. “O toque, o movimento e a interação com o real são insubstituíveis”, explica.
A presença constante de dispositivos digitais pode empobrecer a construção da subjetividade. A criança passa a viver em um universo digital, perdendo o contato com experiências concretas e culturais.
Mediação adulta faz diferença
Para lidar com esse cenário, o psicólogo defende a presença ativa dos adultos. “A tecnologia não deve ser uma muleta para acalmar as crianças. É necessário mediar o uso das telas com brincadeiras reais e relações afetivas”, orienta.
Ele reforça que alternativas lúdicas devem ser incentivadas, sempre com foco no convívio, na escuta e no vínculo entre pais, filhos e cuidadores. Assim sendo, o brincar se torna uma ferramenta poderosa de conexão e desenvolvimento.
Infância sem brincar não é apenas um risco para o presente. É uma ameaça à saúde mental e ao desenvolvimento pleno das futuras gerações.