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Empresários avaliam mudanças no vale-alimentação com cautela e expectativa

  • novembro 13, 2025
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Setor de alimentação analisa com atenção as novas regras do PAT, que limitam taxas, ampliam concorrência e prometem reduzir custos operacionais

Empresários avaliam mudanças no vale-alimentação com cautela e expectativa

O novo decreto que moderniza o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT) estabelece limite nas taxas cobradas por operadoras de vale-alimentação e prevê a interoperabilidade entre bandeiras. Pequenos e médios empresários do setor de alimentação avaliam a medida com expectativa, mas também com cautela. Alguns acreditam que a redução de taxas pode gerar economia, enquanto outros temem novas cobranças. Nenhum deles pretende, por enquanto, reduzir preços ao consumidor. A ABBT criticou o modelo, alegando enfraquecimento da fiscalização. Já a Abras comemorou a ampliação da concorrência. O governo projeta uma economia de até R$ 7,9 bilhões por ano e maior liberdade para usuários. A interoperabilidade deve entrar em vigor em até um ano, permitindo que cartões sejam aceitos em qualquer estabelecimento, independentemente da operadora.

Empresários avaliam mudanças no vale-alimentação com cautela e otimismo

Novo decreto busca ampliar concorrência e reduzir custos no setor de benefícios

Mudança no PAT movimenta o setor de alimentação em todo o Brasil. O decreto assinado esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva promete modernizar o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT), estabelecendo novas regras para o uso dos vales-alimentação e refeição.

A medida, que limita as taxas cobradas por operadoras, prevê ainda a interoperabilidade entre bandeiras, amplia a concorrência e pretende garantir mais transparência nas transações. Para empresários do ramo alimentício, a notícia traz expectativas positivas, embora também gere cautela.

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Empresários enxergam chance de redução de custos

Em entrevistas à Agência Brasil, donos de estabelecimentos do Rio de Janeiro demonstraram interesse na proposta, mesmo sem conhecê-la em profundidade. No restaurante Sol Gastronomia, na Lapa, o empresário Edmílson Martins Rocha paga cerca de 6% de taxa sobre vendas com vale-refeição. Segundo ele, se a taxa diminuir, poderá até reduzir o preço da comida. “Bom para o cliente e bom para a gente”, afirmou.

Já o empresário Weksson Araújo, da doceria Gulosinho, adotou apenas três bandeiras devido ao custo elevado das demais. Ele ressaltou que os insumos, como o chocolate, sofrem variações frequentes, tornando qualquer economia extremamente bem-vinda.

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Redução de taxas anima, mas não convence todos

Apesar da expectativa, parte dos entrevistados mantém um olhar cético. Sérvulo Júnior, da Padaria Araucária, considera a redução promissora, mas prefere aguardar os efeitos práticos. “Se pagar 2,8%, já seria excelente”, disse.

Por outro lado, Nei Raimundo Duarte, do Restaurante Salú, demonstrou desconfiança. Para ele, as operadoras frequentemente alteram contratos e aplicam taxas de forma pouco clara. “Todo mês, é seu faturamento menos 7%”, destacou.

Além disso, os empresários afirmaram que, mesmo com uma possível economia, não pretendem reduzir preços ao consumidor. A prioridade seria formar reservas de emergência ou quitar dívidas, especialmente diante da instabilidade dos custos.

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Setor está dividido sobre impacto da nova regulamentação

As entidades representativas também se posicionaram. A Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT) criticou o decreto, alegando que a medida pode enfraquecer a fiscalização e inviabilizar contratos. Segundo a ABBT, a limitação das taxas reduz a competitividade e ignora a complexidade da operação.

Por outro lado, a Associação Brasileira de Supermercados (Abras) elogiou a iniciativa. O presidente da entidade, João Galassi, afirmou que o novo modelo traz mais previsibilidade e reduz a intermediação financeira, o que pode beneficiar diretamente o comércio. “Com o novo decreto, teremos menos tarifas e mais eficiência”, afirmou.

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Governo prevê economia e mais liberdade para usuários

A Secretaria de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda estima que a modernização do PAT pode gerar economia de até R$ 7,9 bilhões por ano, com um impacto médio de R$ 225 por trabalhador. A ideia é que, com menos taxas e mais concorrência, o sistema se torne mais equilibrado para empregadores, trabalhadores e estabelecimentos.

Além disso, a interoperabilidade das bandeiras, considerada a principal mudança, deverá ser implantada em até um ano. Isso significa que, independentemente da operadora, os cartões passarão a ser aceitos em qualquer estabelecimento, promovendo liberdade de escolha e aumento de competitividade.

Mudança no PAT, portanto, marca o início de uma nova etapa para o setor. Enquanto o governo aposta em modernização e economia, os empresários ainda observam com atenção os próximos passos — esperando que, desta vez, a promessa se transforme em realidade.

Fonte: Agência Brasil

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