A24: a produtora que revolucionou Hollywood com filmes autorais
- setembro 12, 2025
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De Moonlight a Hereditário, a A24 aposta em narrativas ousadas, marketing criativo e liberdade para diretores
O surgimento da A24 e seus fundadores
Você conhece a produtora A24? Talvez não pelo nome, mas provavelmente já assistiu a filmes como Moonlight: Sob a Luz do Luar, Hereditário, Lady Bird – A Hora de Voar, Midsommar ou Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo. Fundada em 20 de agosto de 2012, em Nova Iorque, por Daniel Katz, David Fenkel e John Hodges, a A24 nasceu como distribuidora de filmes independentes, apostando em projetos rejeitados por grandes estúdios.
Katz tinha experiência no setor financeiro ligado ao cinema, Fenkel vinha da Oscilloscope, e Hodges atuava em desenvolvimento de projetos em outras produtoras. Juntos, decidiram criar uma empresa que valorizasse filmes autorais, arriscados e inovadores. O nome A24 surgiu de uma autoestrada italiana que Katz percorreu, inspirando-se para batizar a produtora.
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Primeiros anos e consolidação no cinema independente
Nos primeiros anos, a A24 distribuiu filmes como Spring Breakers – Garotas Perigosas, O Maravilhoso Agora e Bling Ring: A Gangue de Hollywood, consolidando uma imagem de estúdio ligado a narrativas ousadas, provocativas e diferentes do padrão de Hollywood. A produtora rapidamente se destacou por assumir riscos e valorizar diretores, construindo uma reputação sólida no mercado independente.
O grande divisor de águas ocorreu em 2016, quando Moonlight, de Barry Jenkins, venceu o Oscar de Melhor Filme, mostrando que uma produtora independente poderia não apenas conquistar crítica e público, mas também rivalizar com gigantes do cinema nas premiações internacionais.
Marketing inovador e eventos culturais
O que diferencia a A24 de outros estúdios não é apenas a escolha de projetos, mas também como promove seus filmes. Enquanto estúdios tradicionais investem em campanhas massivas, a A24 aposta em marketing criativo e direcionado, focando em identidade visual e proximidade com o público.
Exemplos incluem:
A Bruxa (2015): parceria com o Templo Satânico para criar performances e experiências culturais que aumentaram o interesse pelo filme.
Fale Comigo (2023): a famosa mão amaldiçoada foi transformada em merchandising, esgotando rapidamente.
Essa abordagem irreverente transformou a A24 em marca de culto, em que os espectadores buscam os filmes da produtora não apenas pelo conteúdo, mas pela experiência cultural associada.
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Liberdade criativa e diversidade de gêneros
A A24 é reconhecida por dar total liberdade aos diretores, permitindo obras autorais e ousadas. Exemplos:
Barry Jenkins com Moonlight, um drama intimista e sensível;
Ari Aster com Hereditário e Midsommar, explorando horror psicológico e surrealismo;
Greta Gerwig com Lady Bird, narrativas pessoais e emotivas;
Lulu Wang com A Despedida, que mistura humor e emoção com storytelling cultural.
A produtora também aborda temas contemporâneos e sensíveis, como o pós-Me Too em Babygirl, sem medo de gerar debates ou finais ambíguos.
Crescimento financeiro e desafios
Em junho de 2024, a A24 recebeu US$ 75 milhões de aporte, liderado pela Thrive Capital, elevando seu valor de mercado para US$ 3,5 bilhões. Em pouco mais de uma década, a produtora deixou de ser apenas uma distribuidora indie para se tornar um player relevante na indústria global do entretenimento.
No entanto, o crescimento traz desafios: diretores que começaram com produções pequenas agora trabalham com orçamentos próximos a US$ 70 milhões, e há o risco de que a essência autoral da empresa seja alterada em busca de maior alcance comercial.
Fidelidade do público e comunidade AAA24
A A24 investe em merchandising e engajamento de fãs, criando o clube AAA24, com cerca de 100 mil membros. Eles têm acesso a pré-estreias, produtos exclusivos e encontros com cineastas. A comunidade reforça a ideia de que a A24 é mais que um estúdio: é um fenômeno cultural, atraindo público que valoriza a experiência completa de seus filmes.
O impacto cultural da A24
A produtora prova que é possível criar uma “grife de cinema” fora do circuito tradicional de Hollywood. Seus filmes são reconhecidos por qualidade artística, ousadia narrativa e marketing inovador. A A24 transformou a forma como o público vê, discute e consome cinema, tornando-se referência de cinema autoral e independente.
Perspectivas para o futuro
O futuro da A24 ainda é uma incógnita:
Continuar sendo bastião do cinema autoral e ousado;
Expandir para projetos de alto orçamento e blockbusters, sem perder sua essência.
Seja qual for o caminho, a A24 já deixou sua marca, mostrando que estúdios independentes podem rivalizar com grandes conglomerados e conquistar crítica, público e mercado.
Confira a lista de todos os filmes da A24 no seu site: a24films.com/films
Graduado em Pedagogia e Cinema pela PUC-Rio, Leo Arturius assumiu a cadeira de direção em nove filmes, como produtor foram oito e outros sete como continuísta. Desde 2016 oferece cursos de roteiro e documentário na cidade de Nova Friburgo e, em 2017, obtive seu ápice profissional ao ter um filme selecionado no Festival de Cannes. A carreira teve uma guinada em 2019, começou a fazer exposição de fotografia sobre a cidade de Nova Friburgo. Friburguenses e cariocas já tiveram a oportunidade de entrar em contato com seu olhar de estrangeiro sobre a cidade serrana. Em 2023 assumiu a cadeira de professor de documentário no Colégio Nossa Senhora das Dores e de marketing digital no Senai Nova Friburgo. Em 2024 retorna a atuação regular em produções com sua direção cinematográfica e assumiu o cargo de produtor de conteúdo na TV Zoom.
