Escolhas inteligentes para uma vida ativa, especialista em educação física fala sobre adaptações pós-pandemia e treinos personalizados
O cenário atual demanda flexibilidade e inovação na maneira como encaramos o exercício físico. Não é preciso ser um atleta de elite para começar a se movimentar; apenas 15 minutos diários ou 30 minutos três vezes por semana podem marcar a diferença na busca por uma vida mais ativa e saudável, especialmente em tempos pós-pandêmicos.
André Fernandes, profissional de Educação Física e coordenador do curso de Educação Física da Estácio Petrópolis, bem como membro do CREF1 – Conselho Regional de Educação Física, destaca a importância da personalização dos treinos, a crescente integração de tecnologias digitais e o impacto da pandemia nas práticas de exercício físico. Ele observa também que muitas academias estão se adaptando para atrair aqueles que não se identificam com o ambiente tradicional de academia, investindo em espaços mais tranquilos e sofisticados.
“O mercado fitness está em constante evolução. Hoje, observamos uma crescente demanda por programas personalizados e o uso de aplicativos que auxiliam no monitoramento e na otimização dos treinos. Acredito que em breve o conceito de ‘academia’ será redefinido. Exemplos como os boxes de CrossFit, que oferecem espaços abertos e treinamentos funcionais, refletem essa tendência. Espaços assim estão surgindo e proporcionando uma alternativa para quem busca um ambiente menos ruidoso e mais acolhedor”, afirma Fernandes.
Desde a infância, André Fernandes esteve envolvido com o exercício físico. “Ingressei nas artes marciais aos três anos de idade e até hoje pratico jiu-jitsu e boxe, além de uma variedade de outras atividades, como musculação, mountain bike e corrida.” Ele destaca a evolução das academias, que antes ofereciam principalmente aulas de ginástica em grupo, mas agora incluem uma variedade de modalidades como musculação, spinning e pilates. “Minha mãe frequentava aulas de ginástica em academia, e desde jovem eu participava dessas atividades. Aos 14 anos, decidi que queria seguir a carreira de Educação Física e já estava atuando no mercado de trabalho bem antes da regulamentação da profissão em 1998,” compartilha Fernandes, que se formou na área em 1988.
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A importância do exercício físico se estende a todas as faixas etárias, inclusive aos bebês, que podem se beneficiar de atividades específicas desde o nascimento. “Desde os primeiros meses de vida, já é possível iniciar atividades físicas. Existem profissionais especializados em estimulação psicomotora para bebês, o que é crucial para o seu desenvolvimento,” explica. Estudos recentes demonstram que a prática regular de exercícios pode aumentar as conexões neurais, melhorando a lógica, o raciocínio e a memória. “O Alzheimer é um dos problemas associados ao envelhecimento, e uma das melhores medidas preventivas é o exercício físico,” ressalta André Fernandes.
Ele acredita firmemente que a atividade física é essencial para melhorar a qualidade de vida, proporcionando benefícios tanto para a saúde pessoal quanto para a profissional. Destaca ainda a importância de buscar orientação de um profissional de Educação Física para garantir que a prática seja segura e eficaz, contribuindo para uma vida mais longa e saudável.
“A falta de exercício é um atalho para a deterioração da saúde, uma vez que leva à deterioração de vários processos orgânicos. Recomendo dois tipos de exercício: aeróbico, que beneficia as funções cardíacas e circulatórias, e exercícios de força. Caminhadas, pedaladas ou corridas podem ser formas eficazes de exercício aeróbico. A combinação desses exercícios, por apenas 30 minutos diários, pode proporcionar mais saúde, qualidade de vida e redução da dependência de medicamentos,” sugere Fernandes.
Ele enfatiza a importância de encontrar um tipo de exercício que seja agradável e sustentável. Atualmente, a musculação e os exercícios de força são altamente recomendados e podem ser praticados de várias maneiras, incluindo o treinamento funcional e atividades aquáticas.
O envelhecimento frequentemente traz consigo a perda de massa muscular, o que afeta diretamente as atividades diárias, como sentar, levantar-se ou subir escadas. A dificuldade em realizar essas atividades é um sinal de perda de força, o que pode acarretar sérios problemas de saúde.
“Um exemplo claro é a crescente tendência das crianças trocarem atividades físicas por tempo de tela, o que resulta em sérios problemas de saúde. Se essa tendência persistir até a terceira idade, podemos imaginar os impactos negativos à saúde dessas pessoas. Isso sobrecarrega todo o sistema de saúde, o que reforça a necessidade de incentivar as pessoas a se manterem ativas, orientadas por profissionais de Educação Física, para uma vida mais saudável e de maior qualidade”, declara o professor.
Texto: Maryanne Garcia
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