Como a presença paterna impacta a saúde mental infantil
agosto 27, 2025
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Especialistas destacam que o envolvimento emocional do pai é essencial para o desenvolvimento saudável da personalidade e da saúde mental infantil
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O envolvimento do pai no desenvolvimento emocional dos filhos é crucial para a construção de uma personalidade equilibrada e saudável. Psicólogos como Erik Erikson, Freud, Vygotsky, Winnicott e Bandura destacam a importância da presença paterna como fator de proteção emocional, modelo de comportamento e mediador de aprendizagem. Pais afetivos, disponíveis e participativos ajudam seus filhos a desenvolver autoconfiança, estabilidade emocional e senso ético. Além disso, a figura paterna pode representar uma base segura tão forte quanto a materna, principalmente em contextos desafiadores. O papel do pai está em constante transformação e deve ser entendido além da biologia — como presença ativa e cuidadora. Investir na função paterna é promover saúde mental, vínculo afetivo e resiliência em futuras gerações.
Envolvimento afetivo do pai contribui para o desenvolvimento emocional e identidade dos filhos
Por Ana Cristina Fabbri – Psicóloga e docente da Estácio
O pai exerce um papel fundamental no desenvolvimento emocional e na formação da personalidade das crianças. A presença paterna se revela não apenas pela proximidade física, mas principalmente pelo afeto, pela autoridade simbólica e pelo modo como o pai se envolve na rotina e nas emoções dos filhos.
Durante muito tempo, a sociedade atribuiu ao pai o papel de provedor e disciplinador. No entanto, abordagens contemporâneas superaram essa visão restrita. O psicólogo Erik Erikson, por exemplo, destacou a importância da presença ativa do pai nas fases iniciais do desenvolvimento, como no estágio de autonomia versus vergonha e dúvida. Nesse período, a criança constrói sua autoconfiança com base na segurança afetiva oferecida pelo pai.
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O pai participa ativamente do desenvolvimento psicológico
Sigmund Freud identificou no pai a figura que representa a lei e ajuda a criança a construir seu senso moral. Ao estabelecer limites claros, o pai contribui para a formação do superego e favorece a saída da relação simbiótica com a mãe, facilitando a entrada da criança na cultura e nas relações sociais.
Lev Vygotsky também apontou o pai como um mediador essencial do desenvolvimento. Quando interage com a criança em atividades diárias, o pai estimula o pensamento simbólico, regula as emoções e apoia o crescimento cognitivo. Ele amplia a zona de desenvolvimento proximal por meio de estímulos, exemplos e diálogo constante.
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Pai presente fortalece vínculos e previne distúrbios
Donald Winnicott demonstrou que o pai, ao oferecer cuidado estável e validando as emoções da criança, favorece o amadurecimento emocional. Crianças que convivem com pais emocionalmente disponíveis tendem a desenvolver uma personalidade segura, resiliente e equilibrada.
Além disso, pesquisas recentes mostram que crianças com vínculo seguro com o pai apresentam menores índices de ansiedade, depressão e comportamentos antissociais. John Bowlby, criador da Teoria do Apego, afirmou que o pai, quando sensível e presente, pode oferecer uma base segura tão sólida quanto a materna, principalmente em momentos de dificuldade emocional.
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O pai inspira e ensina pelo exemplo
Albert Bandura, na psicologia comportamental, enfatizou que crianças aprendem por observação. Pais que demonstram respeito, empatia, resiliência e responsabilidade inspiram os filhos a desenvolver esses mesmos valores nas relações sociais.
Entretanto, o papel do pai continua evoluindo. Hoje, novas estruturas familiares e o avanço da parentalidade positiva reconhecem o pai como figura afetiva, cuidadora e educadora. A função paterna vai muito além da provisão material.
Pais presentes constroem gerações mais saudáveis
Pais que escutam, educam com afeto e oferecem limites claros atuam como aliados da saúde mental e da formação da identidade dos filhos. Assim sendo, investir na presença paterna significa construir bases sólidas para o bem-estar emocional e para o desenvolvimento de gerações mais conscientes e emocionalmente estáveis.