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Dia das Crianças: como ensinar educação financeira desde cedo

  • outubro 9, 2025
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Com 71,7 milhões de inadimplentes no país, especialistas destacam que ensinar finanças desde cedo pode transformar o futuro das novas gerações.

Dia das Crianças: como ensinar educação financeira desde cedo

O Brasil alcançou a marca de 71,7 milhões de inadimplentes, segundo o SPC Brasil. Diante desse cenário, especialistas defendem a educação financeira desde a infância como ferramenta essencial para mudar essa realidade. O Projeto de Lei 5.950/2023 propõe tornar o tema obrigatório nas escolas. O economista Hugo Meza e a pedagoga Carollini Graciani recomendam estratégias lúdicas, como o uso de cofrinhos, aplicativos e brincadeiras de faz de conta, para ensinar às crianças o valor do dinheiro, a importância de poupar e a responsabilidade de compartilhar. O ensino financeiro deve começar desde cedo e evoluir conforme a idade. Para os especialistas, preparar as novas gerações para lidar com finanças é um dos caminhos mais eficientes para um futuro com menos dívidas e mais equilíbrio — e um dos melhores presentes para este Dia das Crianças.

Os números preocupam: mais de 71,7 milhões de brasileiros estão inadimplentes, segundo levantamento da CNDL em parceria com o SPC Brasil. O índice representa um aumento de 9,2% em relação ao mesmo período de 2024, marcando um novo recorde. O crescimento contínuo da inadimplência revela a urgência de ações que promovam o planejamento financeiro desde a infância.

Educação financeira obrigatória nas escolas

Tramita no Senado o Projeto de Lei 5.950/2023, que propõe tornar a educação financeira obrigatória nas escolas. A proposta visa preparar crianças e adolescentes para lidar com o dinheiro de forma consciente, evitando o endividamento e desenvolvendo hábitos de poupança desde cedo.

Além disso, com a chegada do Dia das Crianças — época em que muitos pequenos recebem dinheiro como presente — o assunto ganha ainda mais relevância. Segundo especialistas, é uma oportunidade ideal para ensinar sobre consumo, responsabilidade e escolhas financeiras.

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Finanças com linguagem lúdica e realista

O economista Hugo Meza, especialista em Finanças e Inovação Educacional, reforça que a educação financeira infantil ajuda as crianças a entenderem a realidade econômica das famílias. Ele afirma que, desde cedo, os pequenos devem aprender que o dinheiro é um recurso limitado, que precisa ser bem administrado.

“É importante mostrar de onde vem o dinheiro, para que serve e qual o esforço necessário para conquistá-lo”, afirma o professor da Estácio. Por isso, Meza defende o diálogo direto entre pais e filhos sobre salários, despesas e o valor das pequenas economias.

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Ferramentas digitais como aliadas

Para facilitar esse aprendizado, o economista recomenda o uso de ferramentas como a Calculadora do Cidadão, desenvolvida pelo Banco Central. A plataforma permite simular poupança, investimentos e juros compostos, ajudando as crianças a estabelecer metas e entender que é preciso fazer escolhas entre gastar ou guardar.

Assim sendo, esse tipo de prática contribui para a formação de adultos mais conscientes, evitando que descubram tardiamente o impacto das dívidas e a importância de planejamento.

Três cofrinhos e mercadinhos de faz de conta

A pedagoga Carollini Graciani, professora de Pedagogia da Estácio, também defende a introdução da educação financeira ainda na primeira infância. Segundo ela, o aprendizado pode e deve ser lúdico.

“Uma estratégia eficaz é o uso de três cofrinhos: um para gastar, outro para poupar e um terceiro para doar. A criança entende, desde cedo, que tudo tem valor, que às vezes é preciso esperar para conquistar algo e que também podemos compartilhar com o próximo”, explica.

Como ilustração, ela sugere atividades como brincar de mercadinho em casa, com brinquedos, livros e embalagens. “A criança aprende que não pode ter tudo ao mesmo tempo. Ela entende que precisa escolher, negociar, planejar”, reforça.

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Educação cidadã para um futuro consciente

Por fim, Carollini lembra que não existe uma idade exata para começar. “Mesmo na educação infantil, já é possível ensinar conceitos básicos de valor e necessidade. Com o tempo, a criança pode aprender sobre orçamento, investimento e consumo consciente.”

Ela recomenda livros infantis como “Como se fosse dinheiro”, de Ruth Rocha, e “Dinheiro compra tudo”, de Domingos Pellegrini, para apoiar esse processo de aprendizado.

Dessa forma, especialistas defendem que a educação financeira, quando integrada à formação cidadã, prepara crianças para a vida adulta com mais equilíbrio e responsabilidade — e pode ser um dos melhores presentes neste Dia das Crianças.


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