Nos últimos meses, Nova Friburgo tem enfrentado um aumento significativo nos casos de doenças respiratórias, como resfriados, sinusites e pneumonias. Esse cenário alarmante tem como principais fatores a baixa umidade do ar e a poluição gerada pelas queimadas na região. Com a chegada de períodos mais secos, a umidade relativa do ar despenca, o que facilita a dispersão de poluentes no ar e compromete ainda mais a saúde respiratória da população.
O impacto da baixa umidade e poluição nas vias respiratórias
A baixa umidade do ar, quando atinge índices inferiores a 30%, afeta diretamente o funcionamento das vias aéreas. O ar seco resseca as mucosas do nariz, garganta e pulmões, reduzindo as defesas naturais do corpo. Isso facilita a entrada de vírus e bactérias, aumentando os riscos de infecções respiratórias, como sinusites, bronquites e pneumonias. Além disso, quem já possui doenças crônicas, como asma ou rinite alérgica, tende a sofrer mais durante esses períodos, com o agravamento dos sintomas.
Além da baixa umidade, a poluição gerada pelas queimadas agrava ainda mais o quadro. A fumaça, composta por uma mistura de gases e partículas finas, pode ser inalada e se depositar nos pulmões, causando inflamações. Esses poluentes, como o monóxido de carbono, ozônio e material particulado (MP10 e MP2,5), agravam as condições de quem já está doente e aumentam o risco de complicações respiratórias graves.
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Como é calculada a qualidade do ar?
A qualidade do ar é medida por um índice chamado Índice de Qualidade do Ar (IQA), que leva em consideração a concentração de poluentes no ar, como ozônio, dióxido de enxofre, monóxido de carbono, óxidos de nitrogênio e materiais particulados (MP10 e MP2,5).
O IQA varia de 0 a 500, e quanto maior o número, pior é a qualidade do ar. A classificação é dividida em categorias:
- 0 a 50: Boa – não oferece riscos à saúde
- 51 a 100: Moderada – pode causar pequenos incômodos em pessoas sensíveis
- 101 a 150: Ruim para grupos sensíveis – crianças, idosos e pessoas com doenças respiratórias podem ser afetados
- 151 a 200: Ruim – todos podem sentir os efeitos, com agravamento para grupos de risco
- 201 a 300: Muito ruim – alerta para a saúde, com consequências graves para toda a população
- Acima de 300: Péssima – emergência de saúde pública, com riscos graves para todos
Esses níveis são acompanhados por estações de monitoramento instaladas em várias partes do país. A qualidade do ar é influenciada por fatores como queimadas, tráfego de veículos, emissões industriais e condições climáticas. Em Nova Friburgo, o período de seca combinado com queimadas em áreas próximas tem contribuído para a piora da qualidade do ar.
Como atenuar os efeitos dessa condição?
Apesar das condições adversas, algumas medidas podem ser adotadas para reduzir os impactos da baixa umidade e da poluição na saúde respiratória:
Hidratação constante: Beber bastante água ajuda a manter as mucosas das vias respiratórias hidratadas, diminuindo o risco de infecções.
Uso de umidificadores de ar: Dentro de casa, o uso de umidificadores ou até mesmo de toalhas molhadas pode ajudar a melhorar a umidade do ar em ambientes fechados.
Evitar locais com fumaça e poluição: Sempre que possível, evite áreas muito poluídas e queimadas. Fechar janelas durante a noite ou nos momentos mais críticos do dia também pode ajudar.
Higiene nasal: Fazer lavagens nasais com soro fisiológico mantém as vias respiratórias limpas e hidratadas.
Atenção especial a crianças e idosos: Esses grupos são mais vulneráveis a complicações respiratórias, portanto, devem receber atenção redobrada. Em caso de sintomas graves, como falta de ar, é essencial procurar ajuda médica imediatamente.
Em suma, a combinação de baixa umidade e poluição das queimadas tem trazido desafios sérios para a saúde da população de Nova Friburgo.
Seguir medidas preventivas e estar atento aos níveis de qualidade do ar são ações essenciais para minimizar os impactos negativos dessa condição.
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