Queda histórica na cobertura desde 2016
Os dados apontam uma tendência de queda que começou em 2016. Até 2015, a cobertura vacinal era superior à meta: 100,89% em 2014 e 107,03% em 2015. Já em 2016, caiu para 89,93%. Em 2020, despencou para 56,84%. Houve recuperação em 2023 (78,31%) e 2024 (81,77%), mas ainda insuficiente.
Entre os reforços aos 15 meses, o cenário é semelhante: 64,52% em 2016, com queda até 45,86% em 2021. Em 2024, o índice foi de 79,47%.
Doença grave e contagiosa
A poliomielite pode causar febre, vômitos, dor de cabeça, rigidez na nuca e, em casos graves, paralisia flácida irreversível. O contágio ocorre pelo contato com fezes ou secreções de pessoas infectadas.
Cristina Giordano lembra que a doença afetou gravemente o Brasil entre 1981 e 1989. Desde 1994, o país é certificado como área livre do poliovírus selvagem. No entanto, o risco de retorno existe, especialmente com a baixa cobertura vacinal.
Vítima da pólio na infância, Maria relembra as sequelas
A aposentada Maria de Fátima Alves, de 69 anos, teve poliomielite aos 1 ano e 9 meses. A doença deixou sequelas motoras em uma das pernas e em um dos braços. Ela só voltou a andar aos 8 anos e precisou de vários tratamentos. “Meu pai construiu um carrinho de madeira para eu me locomover. A vacina veio tarde demais para mim”, lamenta. Hoje, ela cuida pessoalmente da vacinação do neto.
Sequelas e tratamento
As sequelas da pólio incluem paralisia, dificuldade de fala e locomoção, dores articulares, escoliose e osteoporose. O tratamento envolve fisioterapia e medicamentos para aliviar os sintomas.
Por fim, a vacinação contra poliomielite é a única forma segura e eficaz de proteger as crianças. A SES-RJ reforça o apelo: vacine e mantenha a pólio longe do Brasil.