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Secretaria de Estado de Saúde alerta para baixa vacinação contra poliomielite no RJ

  • outubro 23, 2025
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Campanha de multivacinação quer ampliar cobertura contra poliomielite, que está abaixo da meta no estado desde 2016.

Secretaria de Estado de Saúde alerta para baixa vacinação contra poliomielite no RJ

A Secretaria de Estado de Saúde do RJ emitiu alerta sobre a baixa vacinação contra poliomielite, especialmente entre crianças menores de 5 anos. Embora o estado não registre casos desde 1987, a cobertura vacinal está abaixo da meta de 95% desde 2016. Em 2024, os índices ficaram em 71,86% para menores de 1 ano. A Campanha Nacional de Multivacinação, em vigor até 31 de outubro, busca atualizar as cadernetas e evitar o retorno da doença. Com circulação do vírus em países como Afeganistão e Paquistão, a possibilidade de reintrodução no Brasil preocupa especialistas. A vacinação, única forma de prevenção, agora é feita com vacina injetável. A aposentada Maria de Fátima, vítima da pólio na infância, reforça a importância de proteger as novas gerações.

Campanha reforça importância da vacina que erradicou doença há quase 40 anos

Vacinação contra poliomielite voltou a preocupar as autoridades de saúde do estado do Rio de Janeiro. Mesmo sem registrar casos de paralisia infantil desde 1987, o estado segue com a cobertura vacinal abaixo da meta de 95% desde 2016. Com a aproximação do Dia Mundial de Combate à Poliomielite, em 24 de outubro, a Secretaria de Estado de Saúde (SES-RJ) intensifica os alertas à população.

A Campanha Nacional de Multivacinação — em andamento até 31 de outubro — é uma oportunidade para atualizar a caderneta de vacinação infantil. Crianças menores de 5 anos devem receber a vacina injetável contra a poliomielite (VIP), que substituiu a antiga vacina oral (VOP) em 2024. O esquema vacinal inclui quatro doses: aos 2, 4 e 6 meses, com reforço aos 15 meses.

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Cobertura vacinal segue abaixo da meta

Segundo dados da SES-RJ, a cobertura vacinal em 2024 entre menores de 1 ano é de 71,86%. Entre as crianças de 1 ano de idade, o reforço chegou a 70,09% até agosto. Embora esses números mostrem leve recuperação em relação aos anos anteriores, permanecem abaixo do ideal.

Além disso, a gerente de Imunização da SES-RJ, Keli Magno, destaca o esforço conjunto com os municípios. “Temos trabalhado ao longo do ano, e a campanha vem para ampliar ainda mais essa cobertura. Mas precisamos do apoio da sociedade”, afirma.

Risco de retorno da pólio não está descartado

Por causa da circulação do poliovírus em países como Afeganistão e Paquistão, existe o risco de reintrodução da doença. De acordo com Cristina Giordano, coordenadora de Vigilância Epidemiológica da SES-RJ, “basta uma viagem ao exterior e contato com o vírus para alguém não vacinado contrair a doença e gerar novos casos no Brasil”.

A vacinação contra poliomielite continua sendo a única forma de prevenção. Por isso, o estado reforça a importância da imunização, principalmente entre crianças pequenas.

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Queda histórica na cobertura desde 2016

Os dados apontam uma tendência de queda que começou em 2016. Até 2015, a cobertura vacinal era superior à meta: 100,89% em 2014 e 107,03% em 2015. Já em 2016, caiu para 89,93%. Em 2020, despencou para 56,84%. Houve recuperação em 2023 (78,31%) e 2024 (81,77%), mas ainda insuficiente.

Entre os reforços aos 15 meses, o cenário é semelhante: 64,52% em 2016, com queda até 45,86% em 2021. Em 2024, o índice foi de 79,47%.

Doença grave e contagiosa

A poliomielite pode causar febre, vômitos, dor de cabeça, rigidez na nuca e, em casos graves, paralisia flácida irreversível. O contágio ocorre pelo contato com fezes ou secreções de pessoas infectadas.

Cristina Giordano lembra que a doença afetou gravemente o Brasil entre 1981 e 1989. Desde 1994, o país é certificado como área livre do poliovírus selvagem. No entanto, o risco de retorno existe, especialmente com a baixa cobertura vacinal.

Vítima da pólio na infância, Maria relembra as sequelas

A aposentada Maria de Fátima Alves, de 69 anos, teve poliomielite aos 1 ano e 9 meses. A doença deixou sequelas motoras em uma das pernas e em um dos braços. Ela só voltou a andar aos 8 anos e precisou de vários tratamentos. “Meu pai construiu um carrinho de madeira para eu me locomover. A vacina veio tarde demais para mim”, lamenta. Hoje, ela cuida pessoalmente da vacinação do neto.

Sequelas e tratamento

As sequelas da pólio incluem paralisia, dificuldade de fala e locomoção, dores articulares, escoliose e osteoporose. O tratamento envolve fisioterapia e medicamentos para aliviar os sintomas.

Por fim, a vacinação contra poliomielite é a única forma segura e eficaz de proteger as crianças. A SES-RJ reforça o apelo: vacine e mantenha a pólio longe do Brasil.

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