Geografia desafia a mobilidade urbana
Nova Friburgo possui relevo acidentado, vias estreitas e clima variável. Por isso, o sistema de ônibus enfrenta dificuldades, altos custos e baixa eficiência. Além disso, curvas, aclives e a ocupação urbana dificultam soluções tradicionais.
A Câmara Técnica de Mobilidade da ACIANF, liderada por Antônio Carlos Cordeiro, decidiu buscar referências externas. Para isso, produziu três episódios em vídeo, com visitas técnicas à Alemanha e ao Rio de Janeiro.
Exemplos que inspiram e orientam
Em Wuppertal, um trem suspenso opera há mais de 120 anos sobre o rio. O sistema superou as limitações naturais e funciona até hoje. Por exemplo, ele utiliza o espaço aéreo e evita desapropriações. Já em Freiburg, o VLT cruza o centro histórico, integrando transporte, ciclovias e áreas de lazer. Como resultado, a mobilidade urbana convive com qualidade de vida.
No Brasil, o VLT Carioca interliga metrô, trem, barcas, aeroporto e ônibus. Desde 2016, revitaliza a zona portuária e o centro do Rio. Entretanto, o custo por quilômetro construído alcançou cerca de R$ 42 milhões.
Viabilidade e riscos do VLT em Friburgo
Em Nova Friburgo, estima-se a construção de 13 quilômetros de trilhos, entre Olaria e Conselheiro Paulino. No entanto, especialistas alertam: é preciso estudar a demanda, o traçado e os impactos ambientais. Além disso, qualquer obra deve considerar o rio Bengalas e as encostas de preservação.
Ambientalistas, engenheiros e urbanistas reforçam que projetos assim exigem planejamento profundo. Dessa forma, a proposta precisa considerar não apenas custos, mas também segurança, integração urbana e participação da sociedade.