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Rodrigo Marotti é absolvido da acusação de feminicídio; pena por incêndio com resultado de morte é de 19 anos e 4 meses

Terminou no início da madrugada de hoje (9) o julgamento de Rodrigo Marotti, acusado de feminicídio contra sua ex-companheira, Alessandra Vaz, e Daniela Mousinho. Após ouvir todas as testemunhas, promotoria e defesa passaram para a fase de sustentação, em que ocorreram debates acalorados e emocionados, com direito a réplica e tréplica de ambas as partes que se estenderam até às 23h. 

O promotor, Rodrigo Nogueira, se solidarizou com as vítimas e os familiares e afirmou que o foi o mais chocante que presenciou em 5 anos de trabalho.

Em sua fala, o promotor apresentou áudios de conversas entre Alessandra e Rodrigo, em que ela, mesmo triste pelo término, reconhece a importância do ex-companheiro em sua vida e afirma que ele foi um grande responsável pelo crescimento da empresa. 

Em outro trecho, Alessandra diz que em caso de término da sociedade, pagaria um carro para que Rodrigo não saísse desamparado. Por fim, o promotor afirmou que a sociedade não quer vingança, mas sim um julgamento justo, com uma condenação e uma pena de prisão condizentes com os crimes cometidos.

O defensor público, Eduardo Castro, também se solidarizou com os familiares da vítima e explicou que seu papel é garantir que o acusado tenha direito à ampla defesa, conforme previsto no Código Penal.

Em seguida, o defensor fez críticas aos laudos do processo, por atestarem poucas coisas e não conseguirem comprovar muitos detalhes necessários ao processo.

No final, ele defendeu o argumento que tratou-se de um crime de incêndio com resultado morte, diferentemente de um homicídio doloso. Depois, explicou que o atual crime de homicídio possui muitas qualificadoras e que caberá aos jurados definirem, no seu íntimo, se as provas eram suficientes para uma condenação.

Em seguida, todos foram retirados da sala, ficando apenas o promotor, o defensor, a juíza e os jurados, que foram responsáveis pela votação da sentença.

Já passava da meia-noite quando a juíza Simone Lopes, seguindo a decisão dos jurados, condenou Rodrigo Marotti pelo crime de incêndio com resultado de morte e retirou a acusação de homicídio qualificado, e, consequentemente, de feminicídio. Os jurados entenderam que o acusado não teve a intenção de matar, dando ao réu a condenação de 19 anos e 4 meses de prisão. 

As famílias das vítimas, que pediam a pena máxima, se revoltaram com a decisão. O Ministério Público e a Defensoria irão recorrer da sentença.

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