A Sociedade Brasileira de Patologia emitiu recentemente uma nota de repúdio sobre o caso do paciente que teve o rim devolvido em uma garrafa de polpa de maracujá.
Na nota, a Sociedade diz que o armazenamento do órgão desta forma pode afetar o diagnóstico e os eventuais exames necessários. Segundo a SBP, o estudo anatomopatológico é o ponto chave no diagnóstico do câncer, devendo sempre o material ser fixado em formol em um tempo entre 8 e 72 horas, além de ser armazenado em um frasco transparente.
A instituição critica ainda o fato do Hospital Municipal Raul Sertã não contar com serviço de patologia próprio ou contratado. Para eles, isso mostra o descaso do governo com os problemas patológicos não só em Nova Friburgo, mas em todo o país.
No documento emitido pela SBP, a instituição pede que as autoridades tomem providências para que fato como esse registrado em nosso município não se repita, e que o Ministério da Saúde assuma os problemas que vêm ocorrendo no setor patológico e apresente uma solução para a cidade.
Relembre o Caso
No dia 17 de julho, o Hospital Municipal Raul Sertã entregou o rim de Sebastião Mury dentro de uma garrafa de polpa de maracujá para a sua esposa, Maristher Fukuoka. O paciente retirou o órgão em março após ser diagnosticado com um tumor, para a realização de uma biópsia, que deveria ser realizada no Rio de Janeiro.
A esposa do paciente disse ter voltado ao hospital diversas vezes após a cirurgia para buscar o exame, e no dia 17 de julho foi informada por um funcionário da unidade que o órgão nunca saiu do hospital para a realização do exame. De acordo com Maristher, assim que a responsável pelo laboratório chegou no Raul Sertã lhe entregou o rim em uma garrafa e lhe disse que se quisesse procurar o Ministério Público ela poderia.
Depois que o rim foi entregue à esposa do paciente eles procuraram uma unidade particular para a realização da biópsia e aguardam o resultado do exame, que está previsto para ser entregue no dia 14 de agosto.
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