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Calor em Friburgo: como refrescar sua casa sem ar-condicionado

  • dezembro 9, 2025
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Dicas práticas para refrescar a casa em Friburgo, usando vegetação, ventilação e materiais para reduzir o uso do ar-condicionado.

Calor em Friburgo: como refrescar sua casa sem ar-condicionado

Com o aumento das temperaturas, especialmente em cidades como Nova Friburgo, refrescar a casa tornou-se essencial. A arquiteta Lusianne Azamor destaca que o calor vem tanto de fontes externas — como a radiação solar — quanto internas, como aparelhos e iluminação. Ela defende soluções acessíveis como pinturas claras, uso de cortinas, ventiladores e mantas térmicas, além da escolha correta de materiais. Outro destaque é a importância da vegetação, que atua como infraestrutura climática, oferecendo sombra, conforto e redução do calor. Estratégias como orientação solar correta, ventilação cruzada e uso de telhados e paredes verdes podem ser aplicadas tanto em novas construções quanto em reformas. Assim sendo, é possível viver em ambientes agradáveis e econômicos, mesmo sem depender do ar-condicionado.

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Calor em Nova Friburgo: como refrescar sua casa sem ar-condicionado

Refrescar a casa em tempos de ondas de calor está se tornando prioridade para muitas famílias. A COP30, Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, realizada recentemente no Brasil, reforçou a urgência da crise climática ao indicar que o país pode enfrentar aumento de temperatura entre 4°C e 4,5°C acima dos níveis pré-industriais. Como resultado, esse cenário intensifica ondas de calor, noites abafadas e eventos extremos. Ainda que não haja consenso internacional sobre a eliminação dos combustíveis fósseis, os efeitos já são sentidos no dia a dia. Em Nova Friburgo, o calor tem levado moradores a repensar as próprias casas, buscando alternativas ao uso constante do ar-condicionado.

Entenda de onde vem o calor

Antes de tudo, é fundamental compreender a origem do calor dentro de casa. Segundo a arquiteta e urbanista Lusianne Azamor, professora da Estácio, o calor vem de fontes externas e internas. “A gente precisa controlar o ganho de calor que vem da radiação solar. O sol bate no telhado, nas paredes, nas janelas. Tudo isso esquenta e leva calor para dentro do ambiente”, explica. Paredes mais grossas, materiais adequados e a correta orientação das fachadas ajudam a diminuir esse impacto.

Além disso, há o calor produzido internamente. “Nós, as pessoas, emitimos calor, e os aparelhos também. Televisão, lâmpadas, eletrodomésticos, por exemplo, geram calor”, lembra a arquiteta. Dessa forma, controlar esses elementos se torna essencial para manter a casa mais fresca.

A importância da orientação solar e da ventilação

Em primeiro lugar, é preciso considerar a ventilação, a luz e a sombra como fatores fundamentais no projeto arquitetônico. No hemisfério sul, a fachada norte recebe sol o ano inteiro, exigindo atenção especial ao posicionar janelas. O sol da manhã, vindo do leste, é mais brando e ideal para quartos. No entanto, o sol da tarde, especialmente do oeste, é o mais desafiador. “O oeste é aquela orientação que a gente tenta evitar. E quando não tem como evitar, usamos mecanismos como janelas com persianas, venezianas, brises ou até barreiras vegetais com arborização e arbustos”, recomenda Lusianne.

Entretanto, a fachada sul é considerada mais fresca, com menor incidência solar direta ao longo do ano. Por isso, permite aberturas generosas e maior ventilação cruzada.

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Verde como infraestrutura climática

Para começar, o verde deve ser tratado não apenas como elemento estético, mas como infraestrutura climática. A vegetação oferece sombra e ajuda a refrescar o ambiente por meio da evapotranspiração — liberação de vapor de água pelas plantas, que resfria o entorno. Tal como explica a arquiteta, áreas verdes também combatem o efeito de ilha de calor causado por superfícies impermeáveis.

“A vegetação faz muita diferença. Ela reduz a retenção de calor, melhora o microclima e pode transformar um ponto quente em um ponto de frescor”, afirma Lusianne. Muitas cidades já incorporam exigências de arborização e permeabilidade em seus planos diretores, justamente pela conexão entre vegetação, conforto térmico e qualidade de vida.

Além disso, o verde pode estar presente dentro dos próprios lotes e residências. Jardins, gramados, arborização ao redor da casa e até construções com telhados e paredes verdes são exemplos eficazes. “A vegetação na própria edificação contribui para climatizar o ambiente e reduzir o calor interno”, completa a especialista.

Soluções acessíveis para o dia a dia

Apesar disso, nem todos querem ou podem iniciar grandes obras. Portanto, algumas soluções simples podem ajudar muito. Entre elas estão as pinturas externas em cores claras, especialmente o branco, que reflete o calor; cortinas, persianas e venezianas, que barram a radiação solar; e mantas térmicas instaladas no forro, que reduzem o calor vindo do telhado.

Ademais, materiais que não acumulam calor ou que o dissipam rapidamente são aliados importantes. “A escolha errada pode transformar a casa em um acumulador de calor. Já a correta ajuda a manter a temperatura mais estável ao longo do dia”, afirma Lusianne.

Ainda mais, o ventilador é uma boa alternativa ao ar-condicionado, pois consome menos energia e funciona bem quando combinado a outras estratégias.

Conforto térmico é possível com planejamento

Para concluir, refrescar a casa de forma eficiente depende da combinação de fatores como orientação solar, ventilação cruzada, vegetação, bons materiais e soluções arquitetônicas inteligentes. Com um projeto bem pensado, é possível reduzir significativamente o uso do ar-condicionado e manter ambientes agradáveis mesmo nos dias mais quentes.

Refrescar a casa, portanto, não é apenas uma questão de conforto, mas também de sustentabilidade e economia — especialmente em cidades como Nova Friburgo, onde o calor vem exigindo novas atitudes.

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