O dia 5 de setembro é considerado dia da Amazônia. Mas existem motivos para comemorar?
Nas últimas semanas a Floresta Amazônica voltou ao centro dos noticiários de todo o mundo, devido as queimadas, em sua maioria de origem criminosa.
De acordo com banco de dados do Programa Queimadas do INPE, de 05 de agosto até 04 de setembro deste ano, foram registrados 29.537 focos de incêndio na Amazônia. O número foi mais que o dobro do mesmo período no ano passado onde foram registrados 14.401 focos. De janeiro até o início de setembro deste ano, já somam em torno de 49.168 focos só no bioma, sendo 60,1% somente neste último mês.
A Polícia Federal e o MPF investigam indícios de “ação orquestrada” no dia 10 de agosto, o chamado “Dia do Fogo”, onde fazendeiros teriam incendiado florestas para utilizarem como pasto, e chamarem a atenção das autoridades. O INPE registrou aumento significativo nos focos de incêndio neste dia.
No começo deste ano o governo cortou cerca de R$187 milhões do Ministério do Meio Ambiente, retirando, consequentemente, dinheiro do combate à incêndio florestais. E no mês passado, parceiros do Brasil no Fundo Amazônia, Noruega e Alemanha também paralisaram repasses de verba, alegando quebra de acordo para redução do desmatamento.
Importância do bioma
A data do Dia da Amazônia foi instituída nacionalmente por um projeto de lei sancionado em 2007, para conscientizar a população sobre a importância da maior floresta tropical do mundo.
Segundo informações oficiais, a Amazônia compõe 5 milhões e meio de km² de floresta tropical, sendo 60% somente no Brasil. Em nosso país, ela é a casa de 40 mil espécies vegetais, dentre árvores e plantas, e mais de 133.500 espécies de aves, mamíferos, répteis, anfíbios, peixes e invertebrados, e mais de 2,5 milhões de insetos. Muitas espécies ainda não conseguiram ser estudadas e catalogadas.
Além de animais, a floresta também abriga 220 grupos indígenas, e contém o segundo maior rio do mundo, o Amazonas, que nasce na cabeça dos Andes e segue até o Oceano Atlântico.
O clima e a umidade da Amazônia também contribuem para outras regiões do país e do continente, com seus rios voadores. Nesse fenômeno, as árvores da floresta bombeiam a água das chuvas que ficam retidas na copa das árvores, através da evapotranspiração. Sem esse fenômeno, regiões como Centro-oeste, Sul e Sudeste do Brasil, chegariam perto de ter um clima desértico. Estima-se que a vazão dos rios voadores seja maior do que a do próprio Rio Amazonas.
Ou seja, mesmo que não estejamos em uma região onde exista a presença do bioma, devemos exaltar e levar em conta a importância dele para todo o planeta.
Foto: Victor Moriyama / Greenpeace
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